quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Sin City - A Cidade do Pecado

Direção: Robert Rodriguez e Frank Miller
Duração: 126 minutos
Ano de lançamento (EUA): 2005


Baseado nas histórias em quadrinhos de Frank Miller, Sin City é uma bela surpresa, para mim pelo menos, e um deslumbre visual, apesar de sua monocromia. Em primeiro lugar, é impressionante o universo criado no filme, a maneira como o diretor Robert Rodriguez e Miller, co-diretor, conseguiram colocar os becos e predios cinzentos dos gibis para a tela. A fidelidade que houve com o original é espantosa, fantástico trabalho.

Os diretores contaram com um bom elenco, nomes como Bruce Willis, Mickey Rourke (a melhor interpretação disparada), a belíssima Jessica Alba e Clive Owen, que trabalhou recentemente em Closer. Ainda tem participações de Benício del Toro, Elijah Wood, Rosário Dawson, Michael Madsen e Britany Murphy, que também é uma graça de mulher.

São três histórias tiradas do HQ. Uma é a do policial Hartigan (Willis), um policial honesto, o que raríssimo em Sin City, que precisa proteger uma menina que salvou anos atrás, Nancy (Alba). A outra trata de Marv (Rourke), um marginal cujo único objetivo é vingar a morte da única mulher que amou. Finalmente, Dwight (Owen) vai até a Cidade Velha proteger as prostitutas de Jackie (Del Toro), ex de sua atual namorada Shellie (Murphy), um babaca que adora bater em mulheres.

Ainda tem a participação especial de Quentin Tarantino, que dirigiu algumas cenas. Pra quem não sabe, Robert Rodriguez fez a trilha sonora de Kill Bill 2, cobrando a simbólica quantia de 1$ dólar. O autor dos quadrinho, Frank Miller, também tem uma pontinha no filme, interpretando um padre.

Críticos baixaram a lenha no filme naquela lenga-lenga de sempre, que o filme é vazio, que é apenas violência gratuita e etc. Olha, minha sincera opinião é que esse papo de 'violência gratuita' é muito meigo pra mim. É um filme para divertir, e para os fãs do HQ é a realização de um sonho. Qualquer cinéfilo que se preze não esperava ver alguma indagação filosófica sobre a elevação do ser humano baseado nas obras de Nietszche como em 2001, ou sobre as relações humanas como em A Fraternidade é Vermelha, do mestre Kieslowski, mas sim diversão. Além do mais o que foi feito com a fotografia do filme é algo que merece destaque, só vi algo parecido em Casshern, maravilhoso filme coreano que pretendo comentar adiante.

Todos os pecados possíveis, e alguns a mais, são encontrados em Sin City, acompanhados de muitas balas e sangue, que ora é vermelho ora é branco. Vale a pena assistir pela fidelidade que tem com a novela gráfica. Falem o que quiserem, é um ótimo filme. E tenho dito.

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Revistando Clássicos - Parte II

2001: Uma odisséia no espaço - 2001: A space odissey

O que se pode falar deste filme? Stanley Kubrick entra definitivamente para a história do cinema ao filmar a mais perfeita e complexa obra do cinema de todos os tempos. Genial e perfeccionista, Kubrick é considerado por muitos, além deste que vos fala, o melhor diretor de todos os tempos, pois é inegável que esteja entre os melhores. Segundo o próprio cineasta, as interpretações sobre o filme dependem de cada um, você é livre para ver da sua maneira. Tentarei, em breves palavras, com base em várias críticas, leituras e interpretações, explanar o filme e suas idéias, além de opiniões pessoais. É como colocar em palavras, tentar explicar uma obre de Van Gogh ou a 9ª Sinfonia de Beethoven. É difícil para um leigo, e até mesmo para um profissional do cinema, expressar sua opinião sobre este filme, mas não custar tentar.

A introdução começa com um grupo de macacos num passado distante, no capítulo intitulado ‘Aurora do homem’. Vivem normalmente, lutando pela sobrevivência. Até que numa noite eles descobrem o monólito, ficando maravilhados e curiosos quanto à descoberta. Fica claro que evoluíram (usando um osso, eles afastam outro grupo rival, matando a “ossadas” um membro) por causa deste. Numa cena ao estilo de Kubrick, um dos macacos atira o osso para cima e quando cai, a imagem corta para uma nave, o espaço e outras naves, num bale espacial ao som de Danúbio azul, de Bach. Aí se entende como milhões de anos tivessem passado, do osso até as naves espaciais, o caminho da evolução do homem.

Existem também várias ligações e conexões interessantes, como exemplo a ligação com outra Odisséia, de Homero. HAL seria o ciclope a ser derrotado por Ulisses, como Dave, que é jogado ao mar, um lugar desconhecido assim como o espaço, enfeitiçado pelo canto da sereia, que seria o sinal do monolito em direção à Júpiter. Há ainda a influência de Nietzsche, como se nota inclusive no título da principal música do filme chamada Also sprach Zarathustra, de Richard Strauss. Como é um filme que fala de evolução e alienígenas (penso eu pelo menos), é sustentável a comparação do bebe-estrela com o super-homem nietzschiano, pois ambas tratam de um patamar superior alcançado.

Ainda tem o monolito negro, onipresente em todos os momentos cruciais do filme. Alguns acreditam que é a manifestação física de Deus, outros acreditam que seja alienígena. O certo é que o homem evoluiu por influência direta do artefato. A sua ajuda foi crucial, explícita na sequência dos macacos e a ato final do filme, para a evolução do homem. Apenas uma pequena curiosidade sobre o filme: a sequência psicodélica onde Dave viaja pelo espaço, o capítulo Júpiter e além do infinito é sincronizada com a música Echoes, do Pink Floyd. Por acaso se lembram do Mágico de Oz? É... adoro essa banda.

2001 é daquelas obras que quebram as barreiras da imagem, linguagem, tempo e compreensão, que serão lembradas enquanto existir a humanidade, como as obras de Da Vinci, as teorias de Einstein, as composições de Mozart e os estudos de Watson e Crick. É algo indescritível, um marco do cinema. Só nos resta agradecer pela odisséia revolucionária proporcionada por este cineasta.


Mais informações e teorias em The Kubrick Site e Cinema em Cena.

domingo, 13 de novembro de 2005

O Relâmpago

O trabalho humano! eis a explosão que ilumina o meu abismo de tempos em tempos.

“Nada é vaidade; rumo à ciência, e avante!” clama o Eclesiastes moderno, ou seja Todo mundo. E contudo os cadáveres dos maus e dos ociosos caem sobre os corações dos outros... Ah! rápido, mais rápido; lá embaixo, além da noite, essas recompensas futuras, eternas... irão escapar-nos.

– Que posso fazer? Conheço o trabalho; e a ciência é muito lenta. Que a prece galopa e a luz atroa... eu o vejo bem. É muito simples; e faz muito calor, passarão bem sem mim. Tenho o meu dever, dele me orgulharei como fazem muitos, pondo-o de lado.

Minha vida está gasta. Vamos! finjamos, vadiemos, ó piedade! E viveremos a nos divertir, a sonhar amores monstruosos e universos fantásticos, queixando-nos e criticando as aparências do mundo, saltimbanco, mendigo, artista, bandido, – padre! No meu leito de hospital, o odor do incenso retornou poderosamente; guardião dos aromas sagrados, confessor, mártir...

Aí reconheço a minha infame educação de infância. Depois, o quê!... Alcançar os vinte anos, se os outros também o fazem...

Não! Não! agora eu me revolto contra a morte! O trabalho parece muito leve para o meu orgulho: minha traição ao mundo seria um suplício muito curto. No derradeiro momento, eu atacaria à direita, à esquerda...

Então, - oh! - pobre alma querida, a eternidade estaria perdida para nós!

Poema retirado da obra Uma Temporada no Inferno, de Arthur Rimbaud com tradução cedida por Marcelo Pacheco de Souza

No Direction Home - Bob Dylan

Direção: Martin Scorsese
Duração: 208 minutos (DVD duplo)
Ano de lançamento (EUA): 2005


Sempre achei que, se caso algum dia saísse um filme ou documentário sobre a vida de Bob Dylan, o diretor mais capacitado para tal empreitada seria Martin Scorsese. Essa parceria acabou saindo, e seu produto foi o documentário No Direction Home: Bob Dylan. Essa obra conta a vida de um dos maiores nomes da música mundial, o autor de músicas como Blowin' in the wind, A hard rain's a-gonna fall, Like a rolling stones e centenas mais. O filme vai desde as raízes de Bob no Minnesota, na cidade de Duluth, até a sua chegada em Nova York, nas noites de apresentações no Greenwich Village, além de passar por suas influências, como Woody Guthrie.

Dos comentários, o que mais gostei foi do poeta beat Allen Ginsberg (de qual sou fã também, assim como de Dylan), como no momento em que ele conta que, ao ouvir A hard rain's... chorou, pois sentiu que a mensagem de lutar por um mundo melhor havia sido passada. Para quem não sabe, Ginsberg, autor do livro O uivo, foi um feroz ativista contra a guerra e as armas nucleares, e defensor dos direitos humanos. Também tem a participação de Joan Baez, que foi companheira de Dylan por alguns anos.

Também tem alguns momentos, digamos, inusitados, como a vaia que Dylan tomou no Newport Folk Festival, ao subir no palco empunhando uma guitarra elétrica, além da banda que o acompanhava. Na Inglaterra, em Newcastle, as vaias foram muitas. Ao término do show, o público quando questionado se havia gostado ou não, davam respostas como "esse não é o verdadeiro Dylan", ou "não viemos ver uma banda brega, viemos ver um show de música folk", ou até um sujeito achando que Dylan estava "se prostituindo".

Essa obra é fantástica, para os fãs então nem se discute. O legal é que Scorsese sempre foi ligado a música, vide The Last Waltz, principalmente com o blues, visível nas trilhas de seus filmes. E quanto a Bob Dylan, não temo em dizer que foi o músico mais importante da história, até mais importante do que Elvis Presley e John Lennon, praticamente um lenda viva. Posso estar sendo tendencioso demais, porém isso só o tempo irá provar. Grande trabalho de Scorsese, e Deus salve Bob Dylan.

sábado, 22 de outubro de 2005

Band of Brothers

Direção: David Frankel; David Leland; David Nutter; Mikael Salomon; Phil Alden Robinson; Richard Loncraine; Tom Hanks; Tony ToCom: Damian Lewis, Ron Livingston, Matthew Settle
Duração: 773 minutos (6 DVD's)
Ano de lançamento(EUA): 2001


Uma produção executiva de Steven Spielberg e Tom Hanks, a série retrata a trajetória da Compahnia Easy, Regimento da 101ª divisão de para-quedistas do exército norte-americano. É baseada no livro de Stephen E. Ambrose. A idéia de filmar a minissérie surgiu logo após o término das filmagens de Resgate do Soldado Ryan. A superprodução custou cerca de 120 milhões de doláres, sendo a mais cara da história da televisão.

A história conta a vida dos homens da companhia, desde o treinamento até a invasão na Europa, passando por diversas batalhas. Os soldados são retratados como homens comuns, com seus gostos, medos e etc. Para dar maior veracidade nas batalhas, os atores foram mandados para um campo de treinamento militar para atores por 10 dias, além de todos os roteiros terem sido levados para apreciação dos sobreviventes da Easy Company.

Vencedora de vários premios, inclusive de melhor minissérie no Oscar da televisão americana. É a reprodução cinematográfica que chega mais perto dos verdadeiros combates. Cheia de extras também, como making of e várias entrevistas com os veteranos da Airbone. É tecnicamente fantástico, deslumbrante e essencial para os apaixonados por filmes de guerra. Abaixo, screenshots.





































quarta-feira, 19 de outubro de 2005

Monty Python em busca do Cálice Sagrado

Título Original: Monty Python and the Holy Grail
Duração: 91 minutos
Ano de lançamento (ING): 1975
Direção: Terry Gilliams e Terry Jones


A melhor comédia de todos os tempos. Criado pelos humoristas do grupo inglês Monty Python, o filme conta a história de Rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda, que saem em busca do Santo Graal, mas claro que do jeito deles.

São tantas as cenas engraçadas, como o próprio início, com o rei Arthur cavalgando sem cavalo, o cara recolhendo os mortos, os famosos cavalheiros que dizem “Ni”, o dono do castelo conversando com seus dois guardas, o cavaleiro negro, os guardas franceses, a aldeia querendo queimar uma “bruxa”, os menestréis do Sir Robin, a ponte da morte e mais algumas.

Como o filme é antigo, a produção é meio, como é que vamos dizer... “tosca”, como num filme B, mas o humor é inabalável. Poxa, nenhum dos defeitos, ou efeitos, tiram a graça. O que faltou foi mais tempo de filme, ele tem cerca de 90 minutos, é pouco para muitas risadas. Como prova disso, tem a sequência onde um aldeão anarquista responde para o Rei Arthur que "pegar a espada de uma vagabunda que saiu da água não é base para um sistema de governo". Perfeito.

Quem gosta de uma boa comédia, no estilo bem escrachado, ou algo parecido, um humor negro e sem compromissos vai gostar. Quem conseguir ver o que queriam um bando de ingleses agitando com seu próprio país, com a Idade Média, com Deus e o mundo, com certeza irá apreciar essa obra. E antes que eu me esqueça: NI!

Como Nasrudin criou a verdade

Khawajah Nasr Al-Din (Séc. XIV)

– As leis não fazem com que as pessoas fiquem melhores – disse Nasrudin ao Rei. – Elas precisam, antes, praticar certas coisas de maneira a entrar em sinfonia com a verdade interior, que se assemelha apenas levemente à verdade aparente.
O Rei, no entanto, decidiu que ele poderia, sim, fazer com que as pessoas observassem a verdade, que poderia fazê-las observar a autenticidade – e assim o faria.
O acesso a sua cidade dava-se através de uma ponte. Sobre ela, o Rei ordenou que fosse construída uma forca.
Quando os portões foram abertos, na alvorada do dia seguinte, o Chefe da Guarda estava a postos em frente de um pelotão para testar todos os que por ali passassem. Um edital fora imediatamente publicado: “Todos serão interrogados. Aquele que falar a verdade terá seu ingresso na cidade permitido. Caso mentir, será enforcado.”
Nasrudin, na ponte entre alguns populares, deu um passo à frente e começou a cruzar a ponte.
- Onde o senhor pensa que vai? – perguntou o Chefe da Guarda.
- Estou a caminho da forca – respondeu Nasrudin, calmamente.
- Não acredito no que está dizendo!
- Muito bem, se eu estiver mentindo, pode me enforcar.
- Mas se o enforcarmos por mentir, faremos com que aquilo que disse seja verdade! Isso mesmo – respondeu Nasrudin, sentindo-se vitorioso. – Agora vocês já sabem o que é a verdade: é apenas a sua verdade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Revisitando Clássicos - Parte I

O Silêncio dos Inocentes - Silence of the lambs (EUA - 1991)


A obra prima de Jonathan Demme, adaptação do livro homônimo de Thomas Harris, conta a história de Clarice Starling (Jodie Foster), uma agente do FBI, que procura o doutor intelectual ‘canibal’ Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), preso num manicômio, acreditando que ele conheça um serial killer que está à solta, esfolador de mulheres conhecido como Bufallo Bill. Porém, Hannibal promete colaborar apenas se ela fornecer alguns detalhes sobre sua vida.

O filme é um suspense psicológico. O grande mérito desse filme vai para a dupla Clarice e Lecter, que desenvolvem diálogos muito bons, que são praticamente a base do filme. Hopkins, numa atuação fantástica, consegue ser extremamente assustador usando apenas palavras, a composição de seu personagem é inesquecível, usando um olhar penetrante, voz suave, fala pausada e uma genialidade mortífera. O elenco todo também é muito bom, contando com Scott Glenn, Ted Levine e Anthony Heald, assim, obviamente, como a bela Jodie Foster.

O roteiro, criado com o próprio Thomas Harris e Ted Telly, é perturbador e inteligente, criando momentos de tensão que onde a sugestão assusta mais que o explícito. Quando Demme precisou mostrar sangue na tela, o fez com maestria, como na cena da fuga de Lecter.

Quanto a premiações, o filme arrebatou os cincos principais Oscars: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz e melhor roteiro adaptado. Essa façanha já havia sido alcançada por apenas dois filmes: em 1975 com “Um estranho no ninho”, de Milos Forman, e em 1934 com “Aconteceu naquela noite”, de Frank Capra.

Em resumo, essa obra serviu de base para todos os filmes de suspense que vieram após, como Seven, Na teia da aranha, Beijos que matam, além de reformular o gênero. Ainda tem a espetacular atuação de Anthony Hopkins, o filme já vale só por ele. Enfim, essa película é coisa finíssima. Clássico.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Arquivo X - 9ª Temporada




Chegou nas lojas, após uma grande espera, a nona temporada da finada série Arquivo X em DVD. O agente Fox Mulder some logo no priméiro episódio e Scully tira licença para cuidar do pequeno William, deixando o Arquivo X nas mãos de John Doggett e Monica Reyes. A série traz revelações sobre o filho de Scully e o assasinato do filho de Doggett.

O box tem 7 dvd's, com 19 episódios, cheios de extras, e também vem em formato widescreen.

Vale lembrar que a saudosa série está sendo reprisada na Rede 21, nas sextas as 23:00 horas. É, a verdade ainda está lá fora, para alegria dos veteranos e novos excers.

domingo, 4 de setembro de 2005

A Vida e Morte de Peter Sellers

Direção: Stephen Hopkins
Duração: 127 minutos
Ano de lançamento (ING): 2004
Com: Geoffrey Rush, Charlize Theron, Emile Watson, Stanley Tucci e John Lithgow


Um lançamento muito bom, filmaço mesmo. Conta à história de Peter Sellers, interpretado magnificamente por Geoffrey Rush, que viveu vários personagens, tanto no seu trabalho quanto na vida pessoal. Este filme é um mergulho na personalidade, além de uma homenagem ao ator de Muito além do jardim.

O filme é uma adaptação do livro escrito por Roger Lewis, e começa desde os tempos em que Peter era uma estrela de um programa de rádio chamado Goon Show. Tendo como sonho fazer cinema, ele consegue convencer um produtor a coloca-lo num filme, começando sua brilhante saga nas telonas, passando pelo famoso personagem inspetor Closeau, dos filmes Pantera Cor-de-Rosa.

Mas a vida pessoal de Sellers era extremamente tumultuada, tendo alguns surtos violentos que deixavam sempre tensos os seus filhos e esposas, tanto sua primeira mulher Anne Howe (Emily Watson) como sua segunda esposa Britt Eckland (Charlize Theron). Também mostra diretores com quem trabalhou, como Edward Blake (John Lithgow) e Stanley Kubrick (Stanley Tucci). Além disso, mostra a relação com sua mãe, dominadora e sempre mimando seu filho mesmo depois que ele vira um adulto.

Um lance legal no filme é a interpretação de outros personagens importantes na vida de Sellers, feita pelo próprio Geoffrey Rush, como sua mãe, sua primeira esposa e os diretores com quem trabalhou, falando um pouco dele.

O filme, feito para tv, ganhou dois Globos de Ouro, de melhor filme feito para tv e melhor ator, e ainda foi indicado para a Palma de Ouro em Cannes. Muito bem produzido e interpretado, A vida e morte de Peter Sellers é uma ótima opção. Com uma homenagem dessas, Sellers deve estar feliz lá em cima. Com certeza.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

David Gilmour in Concert

Título Original: David Gilmour in Concert
Ano de lançamento: 2002
Duração: 71 min.


Acho que não é necessário fazer apresentações desse cara aí, mas em todo caso... David Gilmour é considerado um dos maiores guitarristas da história do rock. Entrou no Pink Floyd em 1968, no lugar do lendário Syd Barret.

O show foi lançado em 2002, gravado no Robert Waytt's Meltdown em Londres. Ele é dividido em duas partes: a primeira são 13 músicas parte do show no Meltdown 2001; e 3 músicas do show em janeiro de 2002, com participação especial de Rick Wright na música Breakthrough.

Tomando um formato mais de acústico, Gilmour começa com Shine on you crazy diamond, o suficiente para notar que o show vai ser de fuder. Sozinho no palco, com uma iluminação boa e sombria. No final entra o saxofonista, pra fechar o grande início. Na segunda parte da música entra um coral, dando uma força maior ainda. Também tem clássicos como Wish you were here, Coming back to life e Comfortably numb.

Na opinião deste, Pink Floyd foi uma das bandas mais importantes para o rock, ao lado da santíssima trindade Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath. Mesmo não tendo a voz mágica do Barret, o "velhinho" ainda arrepia nos vocais, como em High hopes. Legal também são os extras, com versões de I put a spell on you, um blues gravado em estúdio, e Don't, música do Elvis Presley. O único defeito foi não ter as letras nas músicas. Em resumo, compre, alugue, assista 30 vezes, pois vale a pena.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Violação de Privacidade

Direção: Omar Naim
Com: Robin Willians, Mira Sorvino e James Caviezel
Duração: 104 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2004


Eu tinha uma esperança de que esse filme seria muito bom, estava com uma ótima espectativa sobre ele. Estava. A história é mais ou menos assim: algumas pessoas possuem em seu cérebro um implante de memória, comprado por seus pais antes mesmo de nascerem, que registra todos os fatos ocorridos em sua vida. Após sua morte este implante é retirado e, com o material nele existente, é editado um filme sobre a vida da pessoa, que é exibido em uma cerimônia póstuma chamada Rememória. Alan Hakman (Robin Williams) é o melhor montador de filmes para a Rememória em atividade, usando seu talento para preparar filmes que concedam a absolvição ao morto em relação aos erros por ele cometidos em vida. Por se dedicar ao trabalho, Alan se torna uma pessoa distante e incapaz de viver sua própria vida. Ele se considera uma espécie de "devorador de pecados", acreditando que seu trabalho seja um meio de perdoar os mortos e que, de alguma forma, este perdão também chegue para ele próprio. Porém, quando busca por material em um implante para a Rememória de um diretor da empresa que fabrica os chips, Alan encontra a imagem de uma pessoa que marcou sua infância. É quando Alan decide iniciar uma busca pela verdade sobre esta pessoa, em uma tentativa pessoal de conseguir sua redenção por um erro do passado.

Sinceramente, nem a atuação de Robin Willians salva o filme do fracasso. A temática do filme é muito boa. A idéia de que uma empresa pode gravar a vida de uma pessoa é fantástica mesmo, desde seu nascimento, passando pela adolescencia até o exato momento da morte. Isso criaria implicações como o direito da privacidade, do livre arbítrio (pois os implantes são colocados antes do nascimento), quem seria qualificado o suficiente para editar as memórias de alguém, da manipulação que isso causaria, enfim, um caminhão de problemas éticos. Mas o diretor não soube explanar e ampliar isso no filme. Se prendeu mais vida cheia de culpa que Alan leva, e fez isso mal. Além do mais, a trama não embala em nenhum momento, com raros momentos de tensão. Era para ser um filmaço, com um bom elenco, mas não emplacou. Apesar do monstro, no bom sentido, do Robin Willians, é um filme muito fraco.
Fonte: Adoro Cinema

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Retorno do Poderoso Chefão


Chegou às lojas norte-americanas o livro 'The godfather returns' ('O retorno do poderoso chefão'), livro escrito por Mark Winegardner depois que ele ganhou um concurso promovido pela editora Random House e pelos herdeiros de Mario Puzo.

A obra tem recebido críticas bastante diversificadas e em menos de 10 dias já entrou em sua quarta edição. A história do livro se passa entre o primeiro e o segundo filmes, com Michael Corleone ignorando uma trégua com a máfia de Chicago e levando sua família para o oeste, onde ele acredita que um dia eles conseguirão limpar seus negócios e torná-los legítimos.

No entanto, a história não deve ter agradado a Paramount Pictures, que tenta há vários anos produzir um quarto filme para uma das melhores séries já produzidas pelo cinema. É que a decisão de situar o livro várias décadas no passado não permite que se aproveite o mesmo elenco do original, já que Al Pacino - o ator principal - tem agora o dobro da idade necessária.

De qualquer forma, Winegardner não será o responsável pela adaptação. "Filmes são um processo de extrema colaboração", ele comentou. "Prefiro permanecer como um autor de romances, pois assim fico com o total controle criativo da obra. Sou os atores e o diretor, sou Deus. E quem prefere deixar de ser Deus?", comentou ao site tallahassee.com.

Originalmente, os planos para o quarto filme da série seriam baseados num trecho do livro não adaptado para as telas, no qual duas linhas temporais correriam paralelamente. A primeira seria ambientada nos anos 30, durante a juventude de Sonny Corleone. A segunda mostraria o Vincent Corleone comandando o império mafioso de sua família, que assumiu no terceiro filme. A Paramount ainda não se manifestou oficialmente sobre o novo longa.

domingo, 7 de agosto de 2005

Walter Salles dirigirá "Pé na estrada", de Kerouac



Agora é oficial: o diretor de "Água Negra", Walter Salles, irá ser o diretor de "Pé na estrada", baseado no livro de Jack Kerouac, marco da geração Beat. Quem possui os direitos do livro é o "Poderoso Chefão" Francis Ford Coppola, que os comprou em 1979.

"O livro é inerentemente difícil de adaptar para as telas e nunca tínhamos conseguido encontrar a combinação certa de diretor e escritor para fazê-lo até agora", disse Coppola à Hollywood Reporter.

Junto com Salles na direção, o filme contará com Jose Rivera, que escreve o roteiro. Ele também roteirizou "Diários de Motocicleta". Ainda não foram definidos atores. A escolha do elenco deverá começar em 2006, onde também deve iniciar as filmagens. O filme será uma produção da American Zoetrope, produtora de Coppola, e Focus Features.

"'Pé na Estrada' é um livro seminal que deu voz a toda uma geração, capturando sua sede de experimentação, relutante em aceitar as verdades impostas, e sua insatisfação com o status quo", disse Salles, que ainda acrescentou: "É tão moderno hoje quanto foi quatro décadas atrás".

Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Edukators - Os edukatores

Direção: Hans Weingartner
Com Daniel Brühl, Julia Jentsch e Stipe Erceg.
Duração: 126 minutos
Ano de Lançamento (Alemanha): 2004


Jan (Daniel Brühl) e Peter (Stipe Erceg) são dois jovens revolucionários convictos de seus ideais. Intitulam-se como “Os Educadores”, e suas ações são pacíficas: invadem casas de ricos e desarrumam seus móveis e objetos, deixando mensagens de protestos. A namorada de Peter, Jule (Julia Jentsch), foi processada por ter batido no carro de um milionário, e praticamente passa a sua vida trabalhando para pagar a dívida, no valor de 100 mil euros, fazendo com que ela tenha que se mudar de seu apartamento. Como Peter vai viajar por um tempo, Jan vai ajudá-la na mudança. Eles acabam se conhecendo melhor e Jan acaba contando que eles são os Educadores. Jule insiste que eles dois invadam a casa do milionário responsável pelo seu processo. Eles acabam indo e fazem a maior zona no lugar, mas Jule esquece o seu celular na casa. No outro dia eles resolvem voltar lá para buscar o aparelho, mas ao chegar lá, o empresário os surpreende, sendo a única saída para não acabarem presos seqüestra-lo.

O filme, na opinião deste, é muito bom, por tratar de questões como ideais, princípios, e sobre as lutas pessoais visando um mundo melhor, tendo como elemento principal à crítica ao sistema. O filme flui muito bem, alternando os momentos cômicos com a tensão, presente durante praticamente todo o filme. Ah, a trilha sonora também é legal. Enfim, um excelente filme do circuito alternativo.

terça-feira, 26 de julho de 2005

Arquivo X – A verdade está lá fora

Duchovny e Anderson como agentes do FBI

Arquivo X é uma série que estreou em 1993 e, mesmo após o seu término em 2001, mantém uma fiel legião de fãs no mundo inteiro. O enredo foca em Fox Mulder, interpretado por David Duchovny, um agente do FBI que acredita piamente na existência de seres extraterrestres e cuida dos casos sem explicação e paranormais, e Dana Scully (papel de Gilliam Anderson) uma agente especial também, com uma postura extremamente cética, designada para desmascarar o trabalho de Mulder. Porém ambos criam uma relação de amizade e confiança muito forte e começam a indagar sobre a possibilidade real de existência de vida extraterrestre, e de que o governo estaria conspirando com alienígenas.
No total são nove temporadas e um filme, situado entre a 5ª e 6ª temporada. Existem boatos atuais que um novo filme estaria sendo preparado, mas nada é oficial. Mistura terror, suspense, ação policial e humor, com um forte embasamento científico, mesmo sendo uma série de ficção. São mais de 50 Grammy’s e outras inúmeras premiações arrebatadas nos nove anos. Sem dúvida é uma das mais queridas e melhores séries já feitas, a preferida desde que vos fala. Quem gosta de ficção científica, alienígenas, perseguições policiais, casos envolvendo atividade paranormal e conspirações governamentais, com certeza vale a pena dar uma olhada. A diversão é certa.