terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Oscar 2009


Mesmo que ainda acredite que os filmes esnobados foram melhores (Gran Torino, O Lutador, Batman e PRINCIPALMENTE Wall-E), a cerimônia do dia 22 foi uma das melhores dos últimos anos. Foi a consagração de Danny Boile e seu Quem Quer Ser Um Milionário?, com 8 premiações em 10 indicações, mesmo contra favoritos como em Melhor Mixagem de Som. Fiquei triste não só pela derrota de Wall-E nos técnicos, mas também por Mickey Rourke, imortal Rourke. Mas foi legal ver a premiação póstuma de Heath Ledger, seria no mínimo uma sacanagem sem precendentes não premiar o Coringa.

Mas enfim, agora é aguardar o ano que vem. Espero que em 2010, Avatar, Inglorious Bastards, Shutter Island e Public Enemies façam valer as indicações. Pausa no momento mãe Dinah para a usual lista com os principais vencedores da noite:

Filme: Quem Quer Ser Um Milionário?
Diretor: Danny Boyle, por Quem Quer Ser Um Milionário?
Ator: Sean Penn, por Milk - A Voz da Igualdade
Atriz: Kate Winslet, por O Leitor
Roteiro Original: Milk - A Voz da Igualdade
Roteiro Adaptado: Quem Quer Ser Um Milionário?
Ator Coadjuvante: Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas
Atriz Coadjuvante: Penélope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona
Melhor Animação: Wall-E
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Olha que blog maneiro!


Recebi do amigo Otávio, do Hollywoodiano, a indicação para o selo Olha que blog maneiro!. Agradeço mesmo, é sempre bom ser lembrado. O esquema todo também serve para ganhar uma caricatura em P&B. Como eu fui viajar e passou vários dias desde a indicação, acredito que eu não deva levar o desenho, até porque vários dos meus indicados já receberam o selo. Vou seguir com o protocolo, mas vale mais a lembrança.

1. Exiba a imagem do selo "Olha que Maneiro!" que você acabou de ganhar.
2. Poste o link do blog que te indicou (muito importante).
3. Indique 10 blogs de sua preferência.
4. Avise seus indicados (não esquecer).
5. Publique as regras.
6. Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7. Envie sua foto ou de um(a) amigo(a)para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com o link dos 10 blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá uma caricatura em P&B.

Pela qualidade e fidelidade, estes são meus 10 indicados:

Kamila, do Cinéfila por Natureza
Otávio, do Hollywoodiano
Guilherme, do Pensamentos Randômicos
Germano, do ADHD Controlado
Pedro, do Tudo É Crítica
Vinícius, do Blog do Vinícius
Cassiano, do Museu do Cinema
Emilly, do Lado E.
Ronald, do Dementia 13
Buchinsky, do Viver e Morrer no Cinema
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Top 5 John Carpenter


Halloween - A Noite do Terror

(Halloween, 1978)
Clássico, a gênese de Michael Myers. Depois que vieram trocentas continuações e o negócio degringolou. Mas este continua intacto e assustador.

Eles Vivem
(They Live, 1988)
Um cara descobre, através de um óculos especial, que alienígenas estão infiltrados e controlando a humanidade. Destaque para a sequência onde o personagem descobre tudo.

Príncipe da Escuridão
(Prince of Darkness, 1987)
O melhor filme apocalíptico do diretor. Cientistas são chamados pela igreja para estudar um cilindro que prende algo sobrenatural. Bastante tenso, o diálogo entre ciência e religião é mostrado de uma forma interessante e bem verossímel.

O Enigma de Outro Mundo
(The Thing, 1982)
Junto com Alien, o melhor terror alienígena que existe. Uma isolada base na Antártida descobre um vírus e precisam lidar com isso antes que este se alastre. Ressuscitou e deu bastante moral para um gênero esquecido e estigmatizados à filmes B.

Fuga de Nova York
(Escape from New York, 1981)
"Call me Snake". Personagem fez história , serviu até de inspiração para uma grande franquia de games. Nova York virou uma gigante penitenciária nos Estados Unidos. Mas quando o avião presidencial cai em Manhattan, eles chamam Snake Plissken para o resgate. Ação de uma maneira que só Carpenter sabe fazer.
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Especial Libertadores


Seguindo com o especial, o jogo dessa vez é a final da 'La Taça' de 1995, com o memorável esquadrão do general Luís Felipe Scolari. Praticamente toda Colômbia dentro do estádio, incluindo o presidente e diabo-a-quatro. Mas lá estava o Grêmio, com toda sua garra e imortalidade, contra tudo e contra todos novamente...

por Pedro Henrique*
Atlético Nacional X Grêmio
30 de agosto de 1995, Medellin, Colômbia

Como tudo na vida, a trajetória do Grêmio na Libertadores de 1995 não foi nada fácil. O tricolor gaúcho que nunca foi time de contratações exorbitantes, começou e terminou o campeonato com um time modesto e discreto, porém qualificado e, claro, absurdamente bem treinado. A disputa da Libertadores sempre comoveu e motivou a torcida mais apaixonada do Brasil, mas essa, em especial, teve um ingrediente a mais.

Antes de mais nada, seria impossível não lembrar da semifinal. Grêmio e Palmeiras fizeram história em dois confrontos memoráveis. No primeiro, no glorioso e monumental Estádio Olímpico, 5 x 0 para o tricolor, que foi dominante na defesa e eficiente no ataque. No jogo de volta, em São Paulo, relaxado, o Grêmio deixou o Palmeiras marcar os mesmos 5 e devolver a goleada. Mas teve uma diferença crucial: o Grêmio fez um gol. Este gol pincelaria a campanha do tricolor copeiro e colocá-lo-ia na grande e empolgante final que estava por vir. Como ao longo do torneio o Grêmio foi mostrando sua força e, empurrado pela força maciça de sua magnífica torcida, garantiu a empolgação e a determinação – além, é claro, da garra tradicional -, não poderia ser diferente na grande final. O último suspiro. Gran finale. Morte súbita. E foi assim, com um time correto, sem estrelas, mas com jogadores conscientes que o Grêmio encarou essa decisão, que com certeza nenhum torcedor tricolor deixará de lembrar.

Contrapondo o ocorrido em 1983, o primeiro embate foi realizado dentro de casa. Aliás, casa cheia e contagiada pela esperança que emanava em cada olhar de que o bicampeonato estaria por vir. A torcida queria, precisava daquele título. Os jogadores em campo, contagiados pela energia em candura que transbordava das arquibancadas, demonstravam, mesmo antes da bola começar a rolar, o espírito copeiro e aguerrido, indispensáveis para quem se atreve a vestir o manto tricolor.


No primeiro jogo, com Olímpico lotado e esfuziante, 3 x 1 para o Grêmio. O adversário, o técnico e ágil time do Atlético Nacional (Colômbia), era eficiente no ataque e muito veloz, com dois bons atacantes (Aristizábal e Angel), mas a defesa do tricolor gaúcho, abastecida por dois monstros (Rivarola e Adílson), sucumbiu toda e qualquer tentativa de avanço do time colombiano. O placar vocês já sabem. Marulanda, zagueiro grosso do adversário marcou contra, aos 36. Jardel, aos 43 e Paulo Nunes, aos 10 da segunda etapa, marcaram para o futuro bicampeão da América. Quando o relógio do árbitro Alfredo Rodas marcava 27 minutos, Angel descontou. O resultado, porém, era satisfatório para o Grêmio. Até uma derrota pelo escore mínimo garantiria o título para o tricolor copeiro.

No dia 30 de agosto de 1995, o jogo de volta. O Nacional, empurrado por mais de 50 mil fanáticos iludidos, ao natural, pressionou. Tanta pressão obteve resultado. Logo aos 12 minutos iniciais, o habilidoso Aristizábal abriu o placar. A partir daí, a pressão só aumentou e o Nacional dominou o jogo. Enquanto isso, o torcedor tricolor mastigava unhas, bufava feito louco e ansiava por uma reação dos jogadores dentro de campo. Nada. O Nacional, que trocava passes longos e apoiava com rapidez pelos flancos, pressionou sem parar. E foi assim até o final da primeira etapa. Alívio. O primeiro tempo tinha acabado. Nos vestiários, imagina-se a bronca que os atletas devem ter levado do maior treinador do planeta. Felipão, conhecedor astuto da linguagem futebolística, ao retornar do vestiário, na beira do gramado, urrou: “Temos que fazer um”. Que assim seja.

Como não poderia deixar de ser, o time da casa atacou, atacou e atacou. Assim mesmo, dominante. Bastante superior em avanços pelas laterais. Perdia feio, no entanto, no coração. Aliás, o Grêmio, naquele jogo, levou ao pé da letra o jargão que dizia “vamos botar o coração na ponta da chuteira”. Além disso, o time do Nacional cansou. Isso ficou explícito aos 37 minutos da etapa final, quando o zagueiro do Nacional, perdendo na velocidade para o 12º homem do tricolor, Alexandre, viu-se obrigado a empurrá-lo. Méritos para o melhor preparador físico do mundo da bola, Paulo Paixão. Pênalti. Penal. Penalidade máxima. A bola na marca. Higuita no centro do gol. Dinho posicionado. Sai da frente...

39 minutos: GOL. Dinho. Uma porrada no meio do arco concretiza e torna realidade o sonho do bi. 1 x 1. O Nacional teria que marcar dois para levar a decisão para os pênaltis. Mas o Grêmio estava disposto a sair da Colômbia dono da América. A partir daí, controlou o jogo e segurou os ataques descontrolados do Nacional. Quando soou o apito final, houve a invasão de campo tradicional a que um campeão tem direito. O Grêmio era bicampeão da América. Naquele ano, para delírio da torcida tricolor, o continente foi azul, preto e branco.

*Pedro Henrique, editor do Tudo É Crítica e companheiro no Cinefilia, ama cinema e o Grêmio.
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