quinta-feira, 28 de setembro de 2006

V de Vingança

Nome original: V for Vendetta
Duração: 132 min.
Ano de Lançamento (EUA e ALE): 2006
Diretor: James McTeigue




A adaptação do HQ de Alan Moore é franco candidato a ser um dos melhores filmes do ano. O roteiro é produzido pelos irmãos Wachowski e, assim como em Matrix, é situado em um cenário futurista. O interessante do filme é que, indistintamente, o seu público alvo é o do cinema-pipoca, porém ao mesmo tempo ele é panfletário e passa essa mensagem sem nenhum disfarce. É muito clara a crítica em relação ao governo Bush (o ditador que mantém a ordem usando a opressão e o medo). É um ato louvável, ser voltado para tal público e mesmo assim possuir uma fortíssima carga de política e idealismo.

E é nesse clima totalitário que se situa Londres (um misto de governo nazista com a atual política norte-americana), cujo governo é comandado pelo Alto Chanceler Adam Sutler (seria coincidência a semelhança com Adolf Hitler?) interpretado por John Hurt, que mantém tudo nos conformes usando o medo como arma. Evey (Natalie Portman) resolve sair numa noite e acaba sendo infortunada por agentes do governo de Sutler, e é salva pelo V (Hugo Weaving), um sujeito mascarado e que pretende lutar contra o sistema, seja por bem ou por mal. Ele a convida para assistir um show um pouco diferente: a destruição de um monumento importante. É o começo de uma relação entre os dois: Evey curiosa pra saber quem é o homem que pretende combater isso tudo e que lhe salvou a vida, enquanto V tenta convencê-la de que o verdadeiro terrorista é na realidade Sutler, e por isso tem um minucioso plano para destruir esse governo.

Infelizmente ainda não li o HQ, mas segundo comentários de quem conhece o trabalho de Moore, o resultado ficou bem fiel à obra original. Tecnicamente foi tudo muito bem trabalhado, fotografia, luz, trilha e efeitos (sonoros e especiais), sem falhas ou grosserias à parte. Quanto às interpretações, Hugo Weaving interpreta V de forma esplêndida, dando imponência e força ao personagem usando apenas a voz, pois o mesmo permanece com a máscara durante todo o filme. Natalie Portman está linda (mesmo de cabelo raspado) e eficiente como sempre e não deixa a desejar na reviravolta que seu personagem sofre em certa altura do filme.

A questão do filme é: quem é o verdadeiro vilão, o verdadeiro terrorista da história toda? V quer apenas abrir os olhos da população, que vive com medo e oprimida pelo governo totalitarista, mesmo que isso signifique aterrorizar e matar. A ligação com a atual realidade é muito grande (terrorismo já é parte do noticiário diário, um pequeno exemplo). Junte isso com a história bem bolada mais algumas cenas de ação/efeitos (sem contar os flashbacks explicando o passado de V, que foi cobaia de vários experimentos médicos), sendo que a principal lembra muito Matrix, e temos um filme com entretenimento e com uma mensagem, uma ideologia por trás. Isso não é muito comum nos dias de hoje, principalmente em filmes voltados para o público mais jovem.

Uma alfinetada nos atuais governantes. V de Vingança traz conteúdo, além de conspiração, ação e até amor na sua trama. Uma história onde os papéis se invertem: o bandido é o mocinho e o malvado comanda a nação. É bem difícil que os jovens notem a moral do filme, a sua real ambição, mas foi uma tentativa muito válida além de corajosa. Porém, um fato é inegável: a máscara do V é muito melhor que a do protagonista da terrível (de ruim) série Pânico... ah, com toda certeza.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Filme tailandês de Nicolas Cage é interrompido devido a golpe de estado

Retirado do site Omelete

A recente instabilidade política na Tailândia - um golpe militar tomou forma enquanto o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra estava em Nova York para a Assembléia Geral da ONU - colocou em risco o novo filme de Nicolas Cage.

Ocorria na capital a filmagem do remake Bangkok Dangerous, dirigido pelos irmãos Oxide e Danny Pang (Assombração), responsáveis também pelo longa original, de 1999. Quando chegou ao set, na terça-feira, a notícia de que Bangcok estava sitiada, a produção foi paralisada. Tiroteios eram ouvidos de longe. Membros da equipe permaneceram no set para vigiar as armas que serviam de objetos de cena. Cage foi mandado de volta ao seu hotel.

Nas horas seguintes, o ator pediu aos produtores que todos fossem mandados de volta para os seus países. A cobertura do caso é desencontrada nesse ponto: algumas fontes dizem que Cage tem um jato pronto para zarpar do aeroporto local em caso de aperto, mas alega-se que ele ainda esteja no país, à espera de uma resolução. As filmagens estavam agendadas para terminar em outubro, mas um atraso agora será incontornável. A questão é saber quando a Tailândia poderá sediar o filme com segurança. Na trama, Cage interpreta um assassino de sangue frio que ruma para Bangcok, onde tem quatro trabalhos a resolver.

'Cinema, aspirinas e urubus' representa o Brasil no Oscar

No dia 21 desse mês foi definido o filme que irá buscar uma das cinco indicações para o prêmio de Melhor Filme Estrabgeiro no Oscar. O escolhido foi Cinema, aspirinas e urubus, dirigido por Marcelo Gomes, que desbancou outros 12 concorrentes e que agora aguarda o anúncio da Academia, que acontecerá dia 23 de janeiro. O filme, ganhador de vários prêmios, se passa em 1942 e conta a história de dois homens que se conheçem no sertão nordestino, e começam a viajar pelo lugar vendendo a novidade chamada 'aspirina', enquanto criam uma forte amizade.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Premonição 3

Título original: Final Destination 3
Ano de lançamento (EUA): 2006
Duração: 93 min.
Direção: James Wong



Um grupo de amigos que irão se formar no colégio vão passear num parque de diversões. Todos iriam andar na montanha-russa, até que Wendy tem uma visão de que um terrível acidente irá acontecer no brinquedo, fazendo com que alguns saiam dele e escapem da morte. Porém, por motivos desconhecidos, eles continuam a morrer, na seqüência dos lugares que estavam no carrinho. Essa é a introdução de Premonição 3.

Típico filme americano de terror-adolescente-descerebrado, conseguiu ficar mais inverossímil, mais forçado que os anteriores. Sempre remetendo ao ambiente colegial, já tão bem conhecido e rotulado quanto fútil, como na série Pânico e Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, mas isso está longe de ser o pior. Os acidentes que causam as mortes são tão toscos, tão impossíveis de acontecer (pelo menos de uma vez só) que ficam engraçados.

O roteiro é uma feira-livre de clichês, ficando totalmente previsível já na primeira seqüência, tirando o suspense dele (se é que existe algum). A sinopse poderia se uma linha: adolescentes escapam da morte, mas continuam morrendo sem motivo aparente. Parece que os personagens possuem o maior azar do mundo, pelo modo como morrem. Já o elenco é composto por jovens atores desconhecidos do grande público, provavelmente recém formados. As suas atuações até que não são tão ruins, conseqüentes da falta de exigência da trama, ou dos personagens ou do diretor.

Mais um exemplar do cinema fast-food americano: vai, assiste e nunca mais se lembra dele. Provavelmente o público mais jovem, acostumado a ver Malhação e filmes similares e que não busca um algo a mais nos filmes (seja lá por preguiça e/ou ignorância) goste da película, porém o sujeito um pouco mais exigente sairá bem, mas bem decepcionado da sessão. Filme descartável, visivelmente feito apenas para seu público alvo descrito anteriormente. Aconselho você a usar seu tempo com algo mais útil.

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Peter Jackson mistura guerra e fantasia em Temeraire

Retirado do site Cinema em Cena

Peter Jackson decidiu reunir seus dois gêneros favoritos numa mesma produção. O cineasta anunciou que vai adaptar para o cinema a série de livros Temeraire, de Naomi Novik, que mistura fantasia e épico de guerra.

A trama acontece durante as Guerras Napoleônicas, quando o capitão britânico Will Lawrence captura um navio francês, onde ele descobre um ovo de dragão dado como presente a Napoleão Bonaparte pelo imperador da China. Quando o ovo choca, Lawrence é forçado a desistir de sua carreira naval para se tornar o capitão de uma força aérea de dragões.

Três volumes já foram lançados (His Majesty’s Dragon, Throne of Jade e Black Powder War) e o quarto está sendo escrito por Novik. Jackson – que já viajou na fantasia com O Senhor dos Anéis e King Kong e recentemente anunciou que vai produzir o filme de guerra The Dambusters – disse ao The Hollywood Reporter que ainda não sabe se vai fazer apenas um filme ou iniciar uma franquia. Ele também pretende levar Temeraire a outras mídias.

Não posso esperar para ver as batalhas napoleônicas combatidas com um esquadrão de dragões. Eu vou ao cinema atrás disso, comentou. Antes, porém, Jackson deve dirigir o drama The Lovely Bones, que está em plena fase de roteirização.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Vencedores do Festival de Veneza 2006

Retirado do Site UOL

No dia 9 de setembro foram premiados os ganhadores do Festival de Veneza de 2006, com destaque para o diretor chinês Jia Zhang-Ke, que levou o Leão de Ouro por seu filme Sanxia Haoren (traduzido para Still Life, sem título em português ainda). O filme, considerado uma zebra por ter entrado na última hora na seleção oficial e por não estar em nenhuma lista de apostas, conta a história de um mineiro que chega a Fingjie em busca de sua ex-mulher para voltar a se casar e de uma enfermeira que chega à aldeia com o objetivo de recuperar seu marido, ausente de casa por dois anos.Segue abaixo a lista com os vencedores:

- Leão de Ouro de melhor filme: "Sanxia Haoren", do chinês Jia Zhangke;

- Copa Volpi de melhor ator: Ben Affleck, por "Hollywoodland", de Allen Coulter;

- Copa Volpi de melhor atriz: Helen Mirren, por "The Queen", de Stephen Frears;

- Leão de Prata de revelação: "Nuovomondo", de Emanuele Crialese;

- Leão de Ouro de melhor direção: "Private Fears in Public Places", de Alain Resnais;

- Prêmio especial: Jean-Marie Straub e Daniele Huillet, competindo com "Quei loro incontri", pelo conjunto da obra;

- Prêmio Especial do Júri: "Daratt", de Mahamat-Saleh Haroun;

- Prêmio Marcello Mastroianni de melhor jovem ator: Isild Le Besco (França) por "L'intouchable", de Benoît Jacquot;

- Prêmio de melhor direção de arte: Peter Morgan, por "The Queen";

- Prêmio de melhor fotografia: Emmanuel Lubezki, por "Children of men", do mexicano Alfonso Cuarón;

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Inacreditável - A Batalha dos Aflitos

Direção: Beto Souza
Duração: Aprox. 87 min.
Ano de lançamento (BRA): 2006

Remember, remember the 26th of november of 2005.

Segundo o dicionário, a palavra 'Inacreditável' significa algo incrível, fantástico. O dia 26 de novembro de 2005 foi marcado por um fato inacreditável, algo que também não se explica. Este dia marcou um dos fatos mais incríveis, heróico do futebol. Foi neste dia que o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, um dos maiores clubes do mundo, voltou para a elite do futebol brasileiro, lugar de onde nunca deveria ter saído, em circunstâncias jamais vistas na história do esporte. Desafio alguém a encontrar algo semelhante no futebol. Simplesmente não haverá nada igual, nem aqui nem no mundo.

É um feito digno de um documentário mesmo. Quando tudo parecia adverso, com 4 jogadores expulsos e com 2 pênaltis contra, após cerca de 25 minutos de paralisação, o tricolor dos Pampas literalmente foi do inferno para o céu em alguns instantes. Jogando longe de sua casa e de sua torcida, no outro canto do país, partida essa que começou antes da bola rolar, tanto que a delegação gaúcha montou um forte esquema de segurança, e mudou estrategicamente de hotel, tudo para evitar represálias da torcida local. Destaque para o goleiro Galatto, que defendeu o pênalti mais importante da sua vida, e para o jovem Anderson, craque por natureza, que marcou o magistral gol da vitória.

O diretor de Netto perde sua alma começa a narrar a saga tricolor desde sua queda para a Série B, concretizada matematicamente com o empate com o Atlético PR. Mesclando comentários de jogadores, dirigentes e torcedores, alguns famosos como a musa Fernanda Lima e o escritor, que foi roteirista do filme, o gremista-doente Eduardo Bueno. Tecnicamente, é tudo num formato tradicional, alternando os depoimentos com a narração, nada de extraordinário e nenhuma falha ou erro escandaloso. Simples que apenas conta uma história. Na caminhada pelas trevas da Segundona, o Grêmio foi subindo, passando por crises e mais crises (como a goleada de 4 a 0 para o Anapolina), mas aos pouco foi tomando o seu lugar, deixando tudo para o último jogo, a última batalha. Nos extras, tem alguns depoimentos a mais, além de um compacto do jogo.

De certa forma não deixa de ser um épico, uma odisséia. Não irei classificar o filme em estrelas ou notas, o amor por esse time, por essa camisa que mais está para manto sagrado, me cega os olhos e o discernimento. Me desculpem, mas é a mais sincera verdade. Estrelas merecem o torcedor, mesmo aquele que não sabia que 'impossível' não existe no dicionário desse time, como este que vos fala. O mestre Lupicínio Rodrigues parecia saber quando descreveu no hino o Grêmio como "Imortal Tricolor", como a mitológica Fênix. Item obrigatório para todo gremista de coração, o problema é segurar a emoção.

Por isso, me permito roubar a frase de V em V de Vingança para dizer: Lembrem-se, lembrem-se do dia 26 de novembro de 2005. Neste dia história foi feita. Dá-lhe Imortal Tricolor.