sexta-feira, 25 de abril de 2008

Audition

Ôdishon, Takashi Miike, 115 min., 2000.



Ayoama, executivo de uma empresa e viúvo desde quando o filho era pequeno, decide se casar novamente. Para terminar com sua solidão, com ajuda de um amigo, ele monta uma falsa audição de um filme para achar uma mulher que preencha todas as suas exigências. Nessa audição que ele conhece Asami, fica simplesmente encantado pela moça e começa a sair com ela. Porém, o ar misterioso de Asami indica que ela esconde vários segredos...

Considerada a obra que alavancou Miike para o reconhecimento internacional, diretor conhecido pela temática violenta e extremista, Audition começa com um ritmo lento até, como se fosse um "filme normal"assim digamos. Seu foco, até certa altura, é na paixão que Ayoama cria por Asumi. Após passarem uma noite juntos, ela simplesmente desaparece. Cego de paixão, ele vai atrás dela e percebe que realmente nunca soube de sua vida, onde ela mora, onde trabalha e etc., e aí começa a parte Takashi Miike do filme.

Tudo que ficou guardado durante o filme desenboca no ato final, cujo ápice é uma seqüência de tortura absurdamente agoniante. Mescla terror e suspense com surrealismo nos delírios do personagem, o clima sereno e melancólico que tomava conta do filme agora dá todo espaço para a escuridão e terror. Não é de se espantar que, no festival de Rotterdam, no ano 2000, várias pessoas deixavam a sala nesse momento e na Suiça uma desmaiou durante a sessão. É algo óbvio, mas Miike não é para todos, no mínimo o que se precisa é ter estômago para aguentar os desvaneios dele. Apesar disso, Audition choca mais pela crueldade, não pela violência. Ichi: O Assassino é muito mais violento e sanguinolento, mas a tal tortura faz qualquer um sentir calafrios.

Esse é o cinema desse japonês maravilhosamente sem noção e demente, às vezes suberversivo, às vezes engraçado, usualmente violento e mesmo que não seja para todos os gostos (e estômagos), sempre bom de se assistir. Mas como dizia Tarantino, violência é uma das coisa mais engraçadas que se pode assistir. Violento também é o choque que ele insiste em infligir no espectador, enfiando guela abaixo de quem assiste qualquer reação que este venha a ter.
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sexta-feira, 18 de abril de 2008

O Pálido Ponto Azul

Um dos melhores vídeos que vi na vida, passado pelo amigo Guilherme Pilotti. Assista e passe para o máximo de pessoas que puder ou quiser.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Is your Age of heroes over?

Depois de idas e vindas, agora sim definitivamente instalado na capital. Então, de volta aos negócios!

Só pra aquecer, um novo trailer da obra-prima que está pra sair em julho desse ano...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

MEME: 5 Filmes Subestimados

A amiga Kamila, do ótimo Cinéfila por Natureza, me indicou no seguinte meme: listar 5 filmes subestimados, 5 filmes que você considera muito bons, mas que não tiveram ou têm o reconhecimento que lhes são merecidos. Fiz minha lista e vou indicar pra seguir com o meme os blogueiros: André Flores (Zero a Esquerda), Thalita (Pipoca no Edredon), Wanderley Teixeira (Espaço Lumière), Ronald e Felipe (CineArt) e Felipe Nóbrega (Café Pequeno).


Commitments - Loucos pela Fama, de Alan Parker
Um filme extraordinário sobre música. Difícil não se emocionar ouvindo as versões "In the dark end of the street", "Try a little tenderness" e todas as maravilhosas canções que compõe a trilha.


A Bittersweet Life, de Ji-woon Kim
Não podia faltar uma obra argentina e uma asiática na minha lista, senão ela ficaria muito imparcial. A Bittersweet Life é uma espécie de Scarface moderno, com toda a destreza, violência e estilo do atual cinema oriental, específicamente da Coréia do Sul. O espetacularmente doentio Chan-wook Park (OldBoy) é sul-coreano também. O que será que ensinam por lá nas escolas de cinema...


O Profissional, de Luc Besson
Mesmo que Nikita seja um filme muito bom, foi com a guerra entre Jean Reno e Gary Oldman que Luc Besson fez fama e ganhou notoriedade. E convenhamos, a seqüência da fuga de Leon do prédio é algo extraordinariamente foda.


Família Rodante, de Pablo Trapero
Cerca de 2 anos antes de Pequena Miss Sunshine ganhar a crítica, Oscar e mundo, surgia na Argentina, pelas mãos de Pablo Trapero, algo tão carismático quanto a saga da família de Olive. Enquanto todo mundo venera O Filho da Noiva, Nove Rainhas, Clube da Lua e cia, Família Rodante é tão ou mais comovente, sensível, engraçado e bom quanto os citados.


Fogo Contra Fogo, de Michael Mann
Um dos melhores filmes de ação/policial de todos os tempos, no mínimo o melhor da década de 90. Tem Michael Mann na direção, tem Al Pacino, tem Robert De Niro, um puta elenco/história/seqüências e apenas indicações para Chicago Film Critics Association (quem?) e MTV Awards (sem comentários)? Mas bah, pelo amor de Deus!!!
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