Título original: A Scanner Darkly
Ano de lançamento (EUA): 2006
Duração: 100 min.
Direção: Richard Linklater
Num futuro não tão distante, o narcotráfico é tratado como terrorismo pelas autoridades, onde a principal droga consumida é a 'Substância D'. Bob Arthur (Keanu Reeves) é um policial que trabalha sob disfarce e deve colher informações sobre seus amigos próximos, mas também adquiriu o vício pela 'Subst. D'. Porém ele recebe a ordem de investigar sua própria vida e entra numa experiência totalmente bizarra, um pesadelo, onde ele não distingue a realidade e nem mais sua verdadeira identidade.
Philip K. Dick é o escritor da obra original, um alucinado, típico drogado nos anos 60, tanto que O Homem-Duplo foi baseado nas suas experiências com drogas. Seus livros de ficção científica, num estilo mais novelesco, há 40 anos atrás já tratavam de temas como experiências genéticas e suas implicações na ética, controle mental, liberdades individuais e problemas de identidade, além de outros mais. Ele sempre imaginou um futuro pessimista, provavelmente influenciado por problemas pessoais (casamentos desfeitos, drogas, o abandono do pai ao cinco anos de idade). Entre seus livros que ficaram famosos no cinema, figuram Blade Runner - O caçador de Andróides e Minority Report. Com certeza era um escritor à frente de seu tempo.
O roteiro do filme tenta confundir a cabeça de cada um, e realmente consegue. Uma hora o personagem de Keanu Reeves, Bob Arthur, está num disfarce policial (algo como uma roupa que muda constantemente de formas e feições, um incrível artefato) falando sobre como as autoridades devem lidar com o problema da droga para uma platéia e depois está com sentado com seus amigos ingerindo a tal 'Slow Death', apelido dado à droga D. Essa droga está fazendo com que Bob fique insano, tanto que não distingue mais nem ele próprio do seu papel como espião. Em alguns momentos o roteiro fica desconexo com a trama toda, deixando quem vê perdido na história, tendo alguns diálogos e cenas totalmente desnecessárias. Talvez essa fosse a intenção, tanto do livro quanto do filme, fazer com que o espectador fosse apenas um visitante na loucura, no pesadelo dos personagens (algo que faltou no filme, mais crises como a que aparece na abertura), mas acontece que isso o deixou meio confuso, perdido entre os jogos de gato-e-rato.
Os atores estão todos bem, com destaque para Robert Downey Jr., que faz o tagarela e sabichão Barris, que sempre quer mostrar a sua inteligência, o que é discutível, ao demais. Porém, o que chama atenção mesmo é a técnica usada para deixá-lo parecido com uma animação. O visual do filme é fantástico! Parece um anime (animação japonesa) salvo algumas óbvias diferenças. Linklater já havia usado a tal técnica da rotoscopia digital no filme Waking Life, que consiste em rodar normalmente as cenas e posteriormente recobri-las com animação gráfica computadorizada. O resultado ficou ótimo, com muitas cores e de uma enorme beleza.
Uma alucinante viagem na mente de Dick, conseqüência de sua experiência com as drogas, transposta na tela por Linklater de uma maneira inovadora, mas que peca por ficar confusa em alguns momentos. É disso que o cinema precisa, mais interatividade entre as mídias disponíveis, sair do tradicional pode dar resultados muito positivos. Se o roteiro tivesse algumas modificações que deixassem o filme fluir seria melhor ainda, mas mesmo assim vale a pena assisti-lo.
Philip K. Dick é o escritor da obra original, um alucinado, típico drogado nos anos 60, tanto que O Homem-Duplo foi baseado nas suas experiências com drogas. Seus livros de ficção científica, num estilo mais novelesco, há 40 anos atrás já tratavam de temas como experiências genéticas e suas implicações na ética, controle mental, liberdades individuais e problemas de identidade, além de outros mais. Ele sempre imaginou um futuro pessimista, provavelmente influenciado por problemas pessoais (casamentos desfeitos, drogas, o abandono do pai ao cinco anos de idade). Entre seus livros que ficaram famosos no cinema, figuram Blade Runner - O caçador de Andróides e Minority Report. Com certeza era um escritor à frente de seu tempo.
O roteiro do filme tenta confundir a cabeça de cada um, e realmente consegue. Uma hora o personagem de Keanu Reeves, Bob Arthur, está num disfarce policial (algo como uma roupa que muda constantemente de formas e feições, um incrível artefato) falando sobre como as autoridades devem lidar com o problema da droga para uma platéia e depois está com sentado com seus amigos ingerindo a tal 'Slow Death', apelido dado à droga D. Essa droga está fazendo com que Bob fique insano, tanto que não distingue mais nem ele próprio do seu papel como espião. Em alguns momentos o roteiro fica desconexo com a trama toda, deixando quem vê perdido na história, tendo alguns diálogos e cenas totalmente desnecessárias. Talvez essa fosse a intenção, tanto do livro quanto do filme, fazer com que o espectador fosse apenas um visitante na loucura, no pesadelo dos personagens (algo que faltou no filme, mais crises como a que aparece na abertura), mas acontece que isso o deixou meio confuso, perdido entre os jogos de gato-e-rato.
Os atores estão todos bem, com destaque para Robert Downey Jr., que faz o tagarela e sabichão Barris, que sempre quer mostrar a sua inteligência, o que é discutível, ao demais. Porém, o que chama atenção mesmo é a técnica usada para deixá-lo parecido com uma animação. O visual do filme é fantástico! Parece um anime (animação japonesa) salvo algumas óbvias diferenças. Linklater já havia usado a tal técnica da rotoscopia digital no filme Waking Life, que consiste em rodar normalmente as cenas e posteriormente recobri-las com animação gráfica computadorizada. O resultado ficou ótimo, com muitas cores e de uma enorme beleza.
Uma alucinante viagem na mente de Dick, conseqüência de sua experiência com as drogas, transposta na tela por Linklater de uma maneira inovadora, mas que peca por ficar confusa em alguns momentos. É disso que o cinema precisa, mais interatividade entre as mídias disponíveis, sair do tradicional pode dar resultados muito positivos. Se o roteiro tivesse algumas modificações que deixassem o filme fluir seria melhor ainda, mas mesmo assim vale a pena assisti-lo.
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