segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Final do Cinema no Blog

Amigos blogueiros e visitantes, atualizem seus bookmarks, pois o cinema do Caminhante Noturno continuará somente no


O blog novo é uma parceria com Fábio Rockenbach, jornalista do Diário da Manhã, editor do Cinefilia e do Caderno Cultural Blitz


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

40 anos de Monty Python


Há exatos 40 anos atrás, a série Flying Circus debutava na televisão inglesa. Entre cálices, vidas sagradas e o sentido de tudo mais, seria o começo de um grupo que mudaria os rumos da história do humor.

NI pra eles!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Amantes, de James Gray


Eu tenho quase a certeza de que, em alguns momentos, meu coração parou de bater enquanto assistia Amantes. Vê-lo amando alguém pode ser impactante como um meteoro, melancólico como uma tarde fria e nublada. Interessante como lentamente vamos simpatizando e identificando-se com Leonard, embarcamos juntos em sua montanha-russa de emoções e sentimentos. Um dos grandes dramas amorosos do ano (e porque não da década?) entra para a lista obrigatória de filmes que tratam sobre amor de uma forma sincera, de uma forma nua, despida de clichês e felicidade. Sim, pois o amor é duro e cruel.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O jogo mais cinematográfico de todos os tempos

*Postado originalmente n'Os Armênios

O guarda da patrulha pensa ter visto um vulto, mas não dá muita atenção. Passados alguns segundos ele escuta um barulho estranho e decide ir checar atrás de umas caixas. Chegando lá observa que está tudo bem, nada de anormal. Ao se virar para voltar ao seu posto, só sente a chave de pescoço e desmaia instantaneamente. O “barulho”, um veterano e lendário espião, simplesmente segue com sua missão que tem como objetivo salvar o mundo de uma guerra nuclear.

Essa cena poderia ser parte de qualquer filme de espionagem, de guerra ou até de outro gênero, mas não é. Estamos falando da franquia mais cinematográfica que existe no mundo dos games: Metal Gear Solid. Seu criador, Hideo Kojima, se inspirou em vários filmes para criar sua obra, além de mesclar ação, espionagem, temas políticos, científicos e roteiros bem elaborados desde o princípio. O game se tornaria um clássico e uma referência obrigatória para todos que vieram após, além de inaugurar o gênero stealth.

A saga iniciou em 1987 com o lançamento de Metal Gear para o MSX, console que ficou praticamente restrito ao oriente. Diferente dos demais jogos do mercado, seu objetivo não era sair matando seus inimigos e sim passar despercebido por eles, como um fantasma. Foi o começo do “tatical espionage action”, ou ação de espionagem tática. Veio para o ocidente numa versão menos caprichada para o NES. Em 1990 sai Metal Gear 2: Solid Snake, exclusivo para MSX. Para a época ele trouxe boas inovações na jogabilidade e nos gráficos, além de elementos que figurariam em todas as continuações. Mas somente em 1998, na era de ouro do Playstation, que Kojima alcançaria o auge. Tal como George Lucas em Star Wars, ele aguardou o momento certo para retomar sua criação favorita. Metal Gear Solid foi considerado por vários sites e revistas o melhor jogo do ano, principalmente pelo enredo hollywoodiano. Já consolidado no meio, ainda teria mais três seqüências: MGS2: Sons of Liberty e MGS3: Snake Eater para PS2 e MGS4: Guns of the Patriots para PS3, todos sucessos de vendas e críticas.

Do script completo sairiam alguns livros, mas para melhor compreensão seguiremos com uma pequena sinopse. No primeiro jogo, Solid Snake é um recruta mandado pelo lendário Big Boss em uma missão de resgate, numa nação armada independente chamada Outer Heaven. Nela descobre uma nova arma capaz de liderar sozinha uma guerra, Metal Gear, e que seu chefe é o líder de tal armada. Totalmente desacreditado por ser um iniciante, Snake consegue derrotar a temida máquina, Big Boss e explode o lugar inteiro. Na continuação Big Boss ressurge com Outer Heaven em Zanzibar, além de um novo modelo de Metal Gear, com o objetivo de transformar o mundo em um lugar apenas para soldados. Snake é enviado, se infiltra no local e triunfa sobre seu velho conhecido de guerra mais uma vez. Cansado das guerras e de ser apenas mais uma ferramenta na mão dos políticos, Solid Snake some de vez no frio do Alasca.

Aqui uma pausa. Mesmo com uma história forte, que flerta com a realidade e o futuro, não era possível desenvolver um roteiro, um script propriamente dito pelas limitações técnicas do MSX. Os 32 bits do Playstation permitiam a reprodução de cut-scenes, seqüências cinemáticas que já eram destaques em jogos como Final Fantasy e Resident Evil. Mas Kojima não queria simplesmente inserir cenas filmadas, fossem com atores ou em CG, isso destoaria do restante. Hoje em dia isto já passa batido, mas uma das coisas que mais chamavam a atenção em Metal Gear Solid era que as cut-scenes tinham os mesmos gráficos do jogo, inédito na época. E não eram apenas ‘filminhos’ para deixar o jogo mais bonito ou brincar com o poder técnico do console, eram seqüências longas, com planos de cenas fundamentados e trabalhados, essenciais para a compreensão de toda a história.

Mesmo tendo feito faculdade de economia para somente depois ingressar na indústria do entretenimento eletrônico, Kojima sempre foi um cinéfilo. Um de seus hobbys favoritos é assistir filmes e entre seus diretores favoritos estão Luc Besson, Krzyzstof Kieslowski, Jean Cocteau, David Lynch, James Cameron, John Carpenter, Dario Argento, George A. Romero, John Woo, Sam Raimi e conterrâneos como o ‘imperador’ Akira Kurosawa e Joji Iida. O cinema foi de uma contribuição enorme para o nascimento do jogo.

E não há como falar de cinema e espionagem sem falar de Bond, James Bond. Essa foi a principal fonte para a criação como um todo, especificamente “007 contra Goldfinger”. O clássico “Os Canhões de Navarone” contribuíram no conceito de infiltração tática e de homens realizarem feitos impossíveis, enquanto um dos pontos mais exaltados da saga, a forte mensagem contra as armas nucleares e a guerra em geral, foi encorajada por “O Planeta dos Macacos”, lançado em 1968. Ainda na temática, parte substancial da trama são assuntos como robótica, biotecnologia, biomedicina e genética (especificamente o projeto genoma), são vistos em “Robocop” e “Exterminador do Futuro”.

Alguns personagens são referências diretas, como o protagonista Solid Snake. O nome já é uma alusão à Snake Plissken, vivido por Kurt Russel em “Fuga de Nova York”. Como o personagem do longa de Carpenter, Snake é um cara cool, irônico e rebelde, mas que sempre completa a missão custe o que custar. Outro personagem que leva na graça a referência é o cientista nerd Otacon - Hal Emmerich – homenagem ao Hal-9001 de “2001: Uma Odisséia no Espaço”. A atiradora de elite Sniper Wolf (que serviria como uma luva em Daryl Hannah) nasceu da garota vietnamita de “Nascido Para Matar”.

Os grandes filmes de ação dos anos 80, além dos citados, também serviram de base. A abertura de MGS3 é praticamente o começo de “Rambo II”: o protagonista a bordo de um avião, preparado para pular de pára-quedas na floresta. As camuflagens físicas e pinturas de rosto utilizadas no game também foram sugadas do filme, além de se situar na selva. Outra fonte para o ambiente é “Predador”, além da camuflagem stealth, item obtido ao terminar o game e presente em todos os capítulos a partir de MGS. A bandana, item que confere munição infinita, ao contrário do que a maioria pensa não é por causa do Rambo e sim uma homenagem a “O Franco-Atirador”, de Michael Cimino. E falando de atiradores, MGS segue o caminho dos realísticos tiroteios entre Robert De Niro e Al Pacino em “Fogo Contra Fogo”.

Já a ambientalização de MGS4 se inspirou em “Falcão Negro em Perigo”, principalmente nos efeitos de iluminação e no clima de guerrilha urbana. Ainda no mesmo, os movimentos de câmeras foram inspirados em “Filhos da Esperança”, as marcações, posições e a distância que ela mantém do personagem são muito semelhantes. Um dos principais slogans do episódio, “war become routine”, também saiu do filme de Alfonso Cuarón. O cuidado com a trilha sonora também é mais que evidente. Harry Gregson-Williams, compositor de filmes como “Chamas da Vingança” e “X-Men Origens: Wolverine” assina o departamento musical dos jogos desde sua estréia no PS2.

É praticamente inevitável que, num futuro não muito distante, Solid Snake ganhe sua versão nas telonas. O filão de games vem se demonstrando um nicho mais que lucrativo para a indústria do cinema, mas que ainda carece de trabalhos fidedignos aos respectivos originais. Entre a destruição de “Resident Evil” e outros filmes que somente estragaram os enredos e tudo mais, apenas “Terror em Silent Hill” teve um retorno positivo da crítica, e não foi tanto assim.

As adaptações de Halo, Prince of Persia, God of War, Bioshock e Lost Planet já estão com suas estréias programadas e é bem provável que encham as salas e decepcionem os fãs. Muitos depositam em Metal Gear Solid a esperança de uma reviravolta nesse contexto. De fato, se algum game merece uma versão cinematográfica digna de encher os olhos e mudar o curso da história entre games e cinema, este é ‘o jogo’. Fica a torcida para que não estraguem essa obra-prima. Até lá seguimos assistindo. Ou melhor, jogando.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Up - Altas Aventuras

Up, dirigido por Pete Docter. 2009.




Pacto com o demônio. Essa seria a resposta mais lógica para a qualidade e a constância dos filmes da Pixar, além de um natural virtuosismo para coisa. Quando você acha que chegaram ao extremo, que não é possível fazer uma animação tão divertida quanto a anterior, eles vão lá e fazem. Parece até que é só de sacanagem. Up – Altas Aventuras não foge dessa regra: emociona, faz rir, chorar e toda a gama de emoções possíveis de se ter dentro do cinema.

Muito da trama gira em torno da amizade. Percebe-se isso antes mesmo de tudo começar, no tradicional curta que precede o longa. Um amigo jamais abandona outro, esta é a lição de companheirismo que uma cegonha dá a uma atrapalhada nuvem em “Parcialmente Nublado”. Não é necessário muito tempo e nem mesmo de diálogos para a mensagem ser passada e perfeitamente entendida, deixando indiferentes apenas os que provavelmente não são seres humanos.

Aliás, esses são os principais pontos da Pixar em seus filmes: a simplicidade e uma enorme habilidade de mexer com as emoções do telespectador. Foi assim no incessante resgate em Procurando Nemo, na sincera vontade de Remy em cozinhar em Ratatouille, no espírito esportivo em Carros, na romântica aventura em Wall-E, enfim, em praticamente todas as obras do estúdio.

Carl Fredricksen e Ellie se conheceram ainda na infância, onde sonhavam em ser exploradores e aventureiros. Ele faz uma promessa de um dia levá-la para morar no Paraíso das Cachoeiras, na América do Sul, custe o que custar. O tempo passa, os dois se casam, estabelecem um lar, passam pela tristeza de um aborto, pelas demais fases da vida e pelo envelhecimento, até o falecimento dela. A cena não dura mais que cinco minutos, porém é repleta de momentos simples e comoventes, como no piquenique onde decidem ter filhos e ajeitando a caixa do correio da casa, sempre com cores saltando aos olhos e a trilha sonora dando o toque de sensibilidade necessário.


Carl agora é um velhinho que vive rotineiramente em sua casa, a única na quadra, pois ao redor já está tomado de construções e prédios. Devido a um mal entendido, ele acaba sendo forçado a ir para um asilo. Essa é a gota d’água para cumprir de vez a promessa feita a Ellie: ele amarra sua casa em milhares de balões e literalmente levanta vôo rumo ao Paraíso das Cachoeiras. Mas ele não vai sozinho. Um simpático e gordinho escoteiro chamado Russel acaba sem querer embarcando junto na viagem.

E como são bem elaborados os personagens, além de cativantes. Carl é o típico velhinho chato, ranzinza, teimoso, mas que no fundo tem um coração do tamanho do mundo. Russel tem toda a energia e curiosidade característica de uma criança de oito anos, mas sente muita a ausência da figura paterna em casa e vê em Carl um pouco dela, além da amizade que eles constroem ao decorrer do filme. Falando em amigos, o que dizer do melhor amigo do homem, Dug. Inicialmente ele faz parte dos cães do vilão Charles Muntz, mas logo se junta aos protagonistas. Muito engraçado e extremamente expressivo, o cão falante é de longe o grande destaque.

Mais uma vez a Pixar merece uma salva de palmas. Up é um filme completo, eles ainda não fizeram um filme ruim, que peque absurdamente em algum aspecto, e pela evolução de suas obras é mais que provável que tal fato não irá acontecer. Também é provável que as novas regras do Oscar 2010 venham corrigir as injustiças ocorridas com Ratatouille e Wall-E, que mereciam pelo menos uma indicação a categoria de melhor filme. Nada mais justo para um estúdio que anda voando alto por aí.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Musas do Blog - Jennifer Morrison

A deslumbrante e querida dra. Cameron em House MD. Se for para se encontrar com um pitéuzinho desses, quero ficar doente toda semana!





quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Idiotas e Anjos

Idiots and Angels. Dirigido por Bill Plympton. EUA, 2008.




Um dos grandes sonhos do homem é voar, desde os tempos remotos da mitologia com Ícaro até os dias de hoje com os mais modernos aviões. Mas e se tal dádiva fosse dada ao mais egoísta e um dos piores seres humanos que existissem na face da terra? É exatamente nesse indivíduo o foco de “Idiotas e Anjos”, bela animação norte-americana com uma história relativamente simples, mas muito bem arquitetada.

E o protagonista dela é Angel, um cara verdadeiramente babaca que não se importa com mais nada além de si nesse mundo. Resumindo, ele é a perfeito conceito de um idiota. Acontece que, milagrosamente, certo dia ele acorda com um par de asas nas costas. Mas tal qual um anjo, seu presente faz com que ele pratique boas ações, forçando-o a ir contra sua própria natureza. Durante esse conflito com ele mesmo e as tentativas de arrancar as asas, o inusitado presente desperta a cobiça de várias pessoas, que vêem nisso a chance de fazer muito dinheiro e fama.

Aqui o terror é apenas um detalhe que aparece algumas vezes. Tem um pouco de comédia, de romance, de humor negro, porém o que toma conta é a fantasia. Ele não tem diálogos, porém tudo é facilmente compreendido com o desenvolvimento da trama e através do interessante e abstrato traço, este criando até um clima sombrio no filme. A trilha sonora parece escolhida a dedo e acompanha e dita ritmo em tudo que rola na história. Outro ponto que vale destaque são os sonhos dos personagens, seqüências psicodélicas que variam desde uma viagem dentro de um copo até vôos com borboletas numa tarde ensolarada, totalmente surreais e bastante divertidas.

Para completar, no final de tudo tem uma esperançosa mensagem, de que todo mundo pode mudar. Talvez a idéia do diretor não fosse transformar o filme em algo moralista, mas é para o que vai lentamente se encaminhando. Isto ocorre bastante em animações assim é possível fazer uma correlação com a vida real e não se perde a conexão com a realidade, mesmo que o mais divertido de uma animação seja dar asas para que a criatividade e a imaginação alcem grandes vôos.

*Postado originalmente no CINEFILIA.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Especial FANTASPOA


Está rolando no Cinefilia um pequeno especial sobre o Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, o mais tradicional do gênero no Brasil. Críticas dos filmes The Machine Girl, Idiotas e Anjos, Home Movie e Mangue Negro. Para finalizar, no dia 15 de agosto irá ao ar uma entrevista com o diretor do "Mangue Negro" Rodrigo Aragão.

Para acessar, é só clicar em www.cinefilia.net

domingo, 9 de agosto de 2009

Novo trailer de "Onde Vivem os Monstros"



Alguém ainda duvida que será um ótimo filme?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O último desabafo de um coração (des)apaixonado


Não adianta espernear, berrar, chorar, melhorar, mudar, acreditar. Droga nenhuma adiantará. Algumas pessoas simplesmente não nasceram para serem felizes, pelo menos ao lado da pessoa que amam. É desse jeito mesmo, sem muita delonga, não é pra ti e deu. Por mais que elas achem que está escrito no destino, que é por causa disso ou daquilo, de que alguma coisa está errada ou que precisa mudar. A resposta para todas essas indagações ou perguntas é somente uma: não. Não, o que você quer não irá acontecer, o que você sonha não irá se realizar. O melhor que se pode fazer é enterrar todos esses sonhos, enterrar lá no fundo do chão onde ninguém mais os ache.

O pior de tudo é a maldita esperança. Ela que faz você tomar uma pancada enorme e levantar novamente para apanhar o dobro. Essa eterna devoção, sempre a espreita, sempre viva, uma devoção praticamente religiosa que vem e fode com tudo. O script desse filme já foi escrito há tempos e não irá mudar, não existe pílula vermelha para acordar da realidade. As páginas estão escritas à caneta, não é possível usar uma borracha e mudar o fim da história. Até porque um filme de amor que se preze sempre termina com um final triste, como diria um amigo meu. Ela vai embora, ele não pode ficar, ela gosta dele como amigo, ele ama demais ela que ama ele apenas como amigo e todos os clichês existentes. Parece complicado, mas fica pior.

Fica pior quando você realmente gosta dela, quando não se imagina mais ao lado de ninguém nesse maldito e hipócrita mundo. Todos os bilhões de pessoas, os vários amores que você jamais irá conhecer na sua vida são chatos, tediosos. A satisfação, o sentimento de alegria só é real quando essa pessoa está do seu lado. Esses momentos são o que lhe mantém vivo. Não querendo ser muito dramático, mas a vontade de viver passa diretamente por ela. Meu deus, o que é ver o sorriso naquele rosto com radiantes cabelos loiros, com aqueles olhos castanhos, tão lindos e expressivos... Não me lembro se já disse a ela o quão bonito são seus olhos e tenho a impressão que nunca mais direi. A sensação é de que não é necessário mais nada para viver, apenas esse momento. Congelar esse segundo para sempre, esse segundo que nada significa diante a magnitude do tempo, do mundo, do universo e viver eternamente nele.

Mas aí vem um meteoro e destrói com tudo. Ela vai sorrir sim, mas é para outro cara. Os instintos estavam certos, infelizmente. A luz que ela irradia vai iluminar a vida de outra pessoa, não a sua. Talvez não dure tanto, talvez dure décadas, talvez ela case e seja feliz para sempre, a questão não é essa. Nunca foi. Tudo isso era inevitável, afinal você não nasceu para ser feliz, nasceu para se ferrar constantemente, não se esqueça disso. São seguidas decepções, uma atrás da outra. A questão é doutrinar o coração para não sentir mais isso, que bate toda hora na cabeça, mas de que maneira fazer isso? “Ok, não gosto mais de você, vou procurar outra pessoa” é fácil assim? Claro que não. Se existisse um manual para isso, o inventor faria o Bill Gates parecer um mendigo de esquina.

O conflito de se entregar de uma vez ou de lutar mais ainda. Aceitar a derrota, por mais que doa em você e nela, cortar relações de um modo dramático. Além de perder o amor, perder uma das melhores amizades que você teve é uma opção. Nunca foi a questão de ‘ficar’, da beleza e afins, mas sim a sintonia entre as almas. O carinho e o respeito mútuo, os gostos que combinam, já saber o que ela irá falar só pelo jeito que levanta a sobrancelha, saber como ela gosta do seu café, o tipo de filmes que ela curte, o tipo de som que escuta. Esses pequenos detalhes que fazem disso algo inacreditável, algo que parece definitivo. Creio eu que estes pequenos atos é que dão graça e cores a vida.

Já a outra opção é não desistir, botar a faca nos dentes e ir para a peleia mais uma vez. Mais uma vez... Aí que mora o problema. Isso cansa, desgasta demais. O Rocky já dizia que ninguém bate mais forte que a vida, ser um vencedor não é bater e sim levantar depois de cada queda. Mas não é preciso continuar nessa luta, você pode parar e jogar a toalha. Só que nem isso é fácil também (lembre-se novamente que seu destino é se ferrar) nada será de bandeja, nem as tristezas e os sofrimentos. E não serão poucos.

Não foi a primeira vez e tomara que não seja a última, até porque se for você está mais fodido do que imagina. Passou um tempo sim, mas o que são alguns anos diante da longa caminhada da vida. Se existe algo de bom nisso tudo é que uma fossinha de vez em quando até que ajuda. Torna o coração mais duro, menos sensível, não deixa de ser um necessário ritual de exorcismo. Deixa os pedaços que sobraram dele mais canchados para situações semelhantes. As decepções podem ser menores, amenizadas, mesmo sendo tudo nesse assunto uma incógnita. Mas como fã incondicional de Arquivo-X, eu sempre acreditei e quero continuar acreditando que dá sim para se recuperar depois de cada patrolada.

Agora que é uma sacanagem essa coincidência de momentos, isto é. Tudo na vida vem melhorando, tudo vem dando resultados, um ótimo momento acadêmico, tudo relativamente ok com a família e os amigos, mudança para uma casa melhor em um lugar melhor. Tudo dando certo, somente a bosta dessa droga desse amor ferra tudo. E infelizmente é ele que dá o tom em tudo, é ele que põe um sorriso ou uma expressão triste no rosto. Até parece que o cara está pagando pelos pecados de uma vida passada. To longe de ser um santo, mas acredito que nunca tenha feito mal para alguém. Vai ver é pura e simplesmente a arte de se foder mesmo quando as coisas melhoram.

Confesso que não sei nem mais o que sinto. O sentimento é uma mistura de nada com tudo, não é amor, raiva, tristeza, alegria. Na verdade é um sentimento de vácuo. Sabe aqueles momentos que você se flagra olhando para uma parede ou algum objeto, com os olhos embaçados e a cabeça muito longe? É parecido com isso. É algo confortável, dá um descanso para a cabeça. Eu poderia ficar eternamente nesse momento também. Nele pelo menos não haveria sonhos, sofrimentos, sorrisos, brilhos que nunca se apagam, desencontros numa terra estrangeira e todos os filmes que tratam disso.

E também nem sei mais o que estou escrevendo, ora é um desabafo, ora uma autocrítica e ora um exercício de auto-flagelação ou coisa do gênero. Por isso peço desculpa aos leitores do blog. Eu sei que está escrito Caminhante Noturno “Cinema”, mas aqui não deixa de ser um espaço para desabafar, para abrir o coração. Talvez vocês me entendam mais do que qualquer um, talvez vocês queiram me encher de porrada e berrar no ouvido “bola pra frente, tchê!” e agradeço em ambos os casos. Se tem algo que eu definitivamente amo nesse mundo é o cinema, mesmo que às vezes eu não o trate com o devido merecimento e paixão. Algo que nunca mais irei abandonar é esse cantinho aqui e todos os vínculos, amizades e oportunidades criados por consequência dele.

Mas é isso. Com “ela” nunca mais. Acabou, chega de sofrimento. Confesso que ainda não sei se irei continuar vendo ela pelo bem de ambos ou se cortarei total pelo bem da minha mente e do meu coração, não sei mesmo. Só sei que já foi gasto muito tempo em portas fechadas. Eu ainda vou achar a mulher que vai me fazer esquecer tudo isso. E é bem provável que ela esteja mais próxima do que eu imagino.

No fim das contas tudo se ajeita. Tudo dará certo. É, agora tenho certeza absoluta disso. Se por gentileza vocês me permitirem, para finalizar deixarei algumas palavras da minha companheira inseparável de fossa, a linda Rachael Yamagata:

“Would you please
Let me slide a few words
Under your door[...]

The first three said “I love you”
The last five “But I can’t no more”
I don’t believe in miracles
Not like I did before

[...] Would you please
Try to understand…”


Um forte abraço a todos.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Musas do Blog - Mylène Jampanoï

Inaugurando a sessão de musas do blog está Mylène Jampanoï, uma linda francesa, morena, de olhos verdes perfeitos. Seu talento como atriz, que não é pouco, pode ser conferido em Martyrs, de Pascal Laugier.

De tempos em tempos serão postadas as musas, ora por suas habilidades cênicas e ora por sua beleza. Ok, mais pelo segundo, mas isto é um detalhe.




quinta-feira, 23 de julho de 2009

Trailer de '500 Days of Summer'

O Guilherme que me mostrou esse trailer pela primeira vez. A trama traz a história de Tom (Joseph Gordon-Levitt), um cara que ficou completamente sem rumo após tomar um fora da sua namorada, Summer (a apaixonante Zooey Deschanel). Ele começa então a revisitar os 500 dias que passou com ela, com o objetivo de encontrar o que deu errado. Mas nisso ele acaba redescobrindo as verdadeiras paixões de sua vida.

Pelo o que foi mostrado no trailer, a expectativa de 500 Days of Summer é grande. Um belo romance com uma ótima trilha, que vai de The Smiths até Wolfmother e Regina Spektor. Como diz no pôster, está não é uma história de amor e sim uma história sobre amor. A previsão de estréia no país é em novembro deste ano.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

The Science of Sleep

La Science des Rêves, Michel Gondry, 105 min., 2006




Mais uma vez certeiro. Mais uma vez Michel Gondry acerta a mão em “Sonhando Acordado” ao tratar novamente sobre o amor. Legítimo cinema de autor, aqui todas as suas características maluquices estão presentes. O resultado é uma obra de enorme sensibilidade, originalidade e criatividade.

Stephane é um cara que possui um certo problema: ele oscila entre a realidade e os sonhos. Literalmente sonha acordado. Em certos momentos ele não consegue mais diferenciar quando está acordado ou dormindo. Stephane é um artista, mas tem um trabalho que não gosta muito, pois a liberdade criativa nele é zero. E em seus sonhos povoa Stéphanie, sua meiga vizinha por quem ele começa cada vez mais nutrir um amor. Só que esse amor não é correspondido, uma tragédia clássica tema de infinitas obras em todos os campos artísticos.

Ok, não dá para negar que dá uma sensação de fossa parecida com “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”. Porém aqui o clima é muito mais lúdico, é tudo mais onírico. Cavalos saem voando, existem mares de papel celofane, céus de algodão, mãos ficam gigantes, pode-se sair nadando pelas cidades, o programa que ensina a ‘cozinhar’ os sonhos, tem até uma inusitada perseguição de carros de papelão. O mais interessante é que pouca computação gráfica é usada, a maioria dos efeitos especiais é feita em stop-motion, o que dá um visual diferenciado no filme, um ‘quê’ nostálgico, antigo, charmoso até. Já que se trata de um filme sobre sonhos a idéia é que se viva dentro de um, que passe a sensação de estar dentro de um, pelo menos deve ter sido essa a intenção do diretor e em várias vezes é cumprida com méritos.


Em determinada altura do filme tudo se mistura, sonhos e realidade, à medida que Stephane se apaixona cada vez mais. Talvez o espectador mais desatento careça um pouco de atenção para não se perder nessa mudança de narrativa. Aqui cabe um parênteses para a atuação de Gael García Bernal, excelente ator que toca o barco praticamente sozinho até o fim do filme. As demais atuações também estão muito boas, mas quem se sobressai é o ator mexicano.

É bem possível que a maior marca dos trabalhos do diretor Michel Gondry, ultrapassando até a singular estética visual de seus filmes, seja a sensibilidade. O interessante é que ele conseguiu fazer um filme parecido com “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças” revisitando o tema proposto, mas ao mesmo tempo único, com suas nuances e singularidades. Um filme bonito, açucarado, que faz com quem assiste coloque um sorriso ou uma lágrima no rosto. Qual dos dois irá depender de como andam os sonhos...

*Postado originalmente no CINEFILIA

terça-feira, 21 de julho de 2009

Selos e Centenários

Recebi da Mandy, do blog Supposed, o selo 100% Intradutível, cujo objetivo é reconhecer cinéfilos da blogsfera pela originalidade. Agradeço de coração pela indicação, muito obrigado!



Neste último domingo tivemos o GreNal do Centenário. Há 100 anos atrás, no dia 18 de julho de 1909, o Imortal Tricolor goleava por 10 a equipe que viria a ser seu tradicional rival, começando assim o maior clássico do Brasil (o único entre campeões mundiais de uma mesma cidade do país) e uma das maiores rivalidades do mundo.

O resultado não poderia ser diferente.

Grêmio, há 100 anos o maior do Sul. O resto é choro.


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do Rock



DEUS SALVE O ROCK N' ROLL


PS: essa semana estára meio complicado de visitar os demais blogs, coisas para a faculdade e casamentos à vista (não o meu, claro!) irão fazer desta semana uma verdadeira correria. Se sobrar um tempo, prometo que visitarei todos. Um forte abraço e obrigado pela compreensão. E dále Grêmio!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O mais aguardado de 2009


Me desculpem Tarantino, Park, Scorsese, Mann, Coppola e cia, mas o filme mais esperado deste ano por este que vos fala é, sem a menor sombra de dúvida, AVATAR

Contando os dias para dezembro...
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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Algumas ressalvas...


1 - Antes que me incomodem, para aqueles que achavam ser o melhor time do país: Dále Mano Menezes, dále Ronaldo, dále Corinthians.

2 - Parabéns ao Cruzeiro, que teve muito mais eficência e maturidade, apesar do placar não refletir totalmente o que foram os jogos dentro das 4 linhas. Mas fica aqui meu alento ao Pincha.

3 - Querem fazer Copa do Mundo aqui, com essa polícia despreparada que saiu sentando porrada em todo mundo? E ainda por cima proibíram os trapos e instrumentos da torcida, que ontem cantou em TODO jogo, independente do placar. Aqui é assim mesmo, apoio incondicional. E A.C.A.B.!

4 - E essa direção que deixa o sócio fora do estádio? Pessoas que contribuem religiosamente todo mês ficaram sem assistir e ainda foram coagidas e ameaçadas pela Brigada Militar. Duda Kroeff, tu é muito guri para dirigir um clube do tamanho do Grêmio. Extremamente lamentável...

E voltamos ao cinema.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Desabafo de um coração (des)apaixonado


Quem disse que o amor é o melhor sentimento que existe merecia ser açoitado em praça pública. Claro, se ele for recíproco, se ele for correspondido é a melhor coisa que existe na vida. Mas e se não for? Se apenas uma das partes realmente se importar com tudo o que está acontecendo, ou ainda, se somente uma das partes foi ou continua apaixonada?

Isso dói no peito, dói na alma, é uma dor física que nada neste mundo irá melhorar, que nada nesse mundo irá diminuir além da compreensão da mulher amada. Não é uma questão de ser egoísta, até porque já fiz tanta coisa por e para esta pessoa e ela mesmo sabe disso, mas tem uma hora que cansa. Viver na eterna expectativa ou na eterna conformação é um castigo como o que Prometeu foi sentenciado, todo dia se morre um pouco e no dia seguinte revive para morrer novamente.

Até que o derradeiro momento chega, novamente. A pancada consegue ficar mais dolorida, mais violenta. Um trem desenfreado lhe acertando em cheio numa noite fria e nublada. E tudo isso descoberto sozinho, sem que ninguém viesse lhe falar “ó, o gato subiu no telhado...”. Pode ser que seja um engano ou uma viagem de minha cabeça, mas isto já não importa mais. Não é o fato em si e sim a reação diante de tal. Um choque, uma perda do chão dos pés, não tem como descrever essa hora. Parece que o mundo fica em câmera lenta sim, a visão embaraça, a boca seca, os dentes tremem como se fossem trincar, o frio no estômago é inevitável. Não seria errado dizer que é este o momento onde ela, a esperança, a última companheira de quem tem mais nada a perder deixa esse mundo. Sim meus amigos, nesse momento a esperança acabou de morrer.

Mas a questão toda não é de ficar ou não com ela, mas sim como esquecer. Algo que dura semanas, meses e anos não é facilmente esquecido. É como cortar aquelas correntes de âncoras de navios. O caso é complicado, não é uma simples questão de ficar ou uma pequena amizade, tudo entra num contexto muito maior que isso, se trata da coisa mais linda que um ser humano pode ter. A impressão que tinha, e talvez ainda tenha é que é sim aquele sentimento de verdadeiramente se importar, de verdadeiramente ter um carinho e uma admiração pela pessoa amada oriundo do âmago do coração. Mas Deus, e talvez somente ele saiba como uma hora a psique não suporta mais, a cabeça e a alma precisam de um descanso.

Porém sabe-se lá o que o futuro aguarda. Dizer que tal pessoa será apagada na memória, que não irá sobrar nenhum brilho eterno em uma mente sem lembranças é exagero, mas é possível a retomada de uma vida zerada nesse sentido. Nem falo mais que ‘um dia dê tudo certo’. Não dá pra viver com esperança, isso atrapalha tudo, tira o foco das coisas. Pensando bem eu fico feliz que ela, a esperança, tenha morrido. Bah, eu quero mais é que a esperança se foda do primeiro ao quinto e acredito que a fórmula da felicidade seja esta. É tudo uma questão de saber dizer ‘foda-se’ para si próprio e para o resto do mundo.



God, let her listen
With ears to the ground
Let voiceless approval
Turn into sound

In death there are hidden, invisible keys
That only when swallowed
Reveal where they lead

Life is a mess

We wake up to,
A single thread of a deeper truth

Is this a graveyard
To bury her heart?
Or is it a garden,
Where new life will start

Cause God, when life here ends,
We'll beg you for more
In temper we'll hate you,
But please keep no score

Life, it is a mess we wake up to,
A single thread of a deeper truth
-

sexta-feira, 26 de junho de 2009

R.I.P. - Michael Jackson


1958 - 2009

Rei do Pop, sem mais.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Invasora

Mas esse filme tem tanto, mas TANTO sangue... simplesmente sensacional. Não bate o "Martyr's", mas mesmo assim "A Invasora" é algo finíssimo e obrigatório para os fãs de terror.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

AVANTE!


DÁLE GRÊMIO!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Trilha sonora para o Dia dos Namorados

Solteiro, ainda acorrentado a um certo passado... é para ficar na fossa mesmo, até porque músicas faceirinhas não fazem o meu estilo ultimamente.

Postando só o mulheril que manda bem demais.

Rachael Yamagata - Sunday Afternoon


KT Tunstall - Other Side of the World


Aimee Mann - Wise Up


Cat Power - Lost Someone

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pôsters de filmes com desenhos

Muito boa a original idéia do site Empire Online. Pôsteres de grandes filmes são remontados com desenhos animados famosos, como Simpsons, South Park e outros, de acordo com o título. O resultado ficou muito engraçado.

Abaixo apenas alguns selecionados, para ver os demais é só clicar aqui.







segunda-feira, 8 de junho de 2009

Martyrs

Martyrs, Pascal Laugier, 99 min., 2008




O cinema francês vem fazendo muito bonito no terror atualmente. Depois do conceituado “A Invasora”, é a vez de Martyrs dar o ar da graça. O filme acaba virando uma experiência que vai além do que apenas sentar no sofá e assistir. E no caso deste é uma experiência agonizante e angustiante. Um filme que exige bastante psicologicamente do espectador e também requer estômago.

Uma das coisas que torna ‘Martyrs’ muito especial é ver a evolução e o desenvolvimento da trama, ficar esperando o que irá acontecer logo em seguida. Por isso a sinopse será estritamente breve. Lucie, com 10 anos, é achada à beira da estrada apresentando fortes sinais de espancamento, mas surpreendentemente sem sinais de violência sexual. Não se sabe como ela conseguiu escapar do cárcere. É levada então a um orfanato onde conhece Anna, que toma conta dela e se tornam amigas inseparáveis. Quinze anos depois, Anna ainda acompanha Lucie, agora numa busca por repostas e vingança. Só que seus atos trarão conseqüências irreversíveis, sem contar o assombro de um velho trauma...


Porém é impossível não falar da chacina no começo do filme. Sangrenta, fria e violenta. Daquelas de dar um nó no estômago, de deixar o telespectador totalmente avoado e pasmo. É nesse momento que o filme fisga quem assiste, até porque é ele o estopim de todo o resto da história. No café da manhã de um final de semana, uma família inteira é executada a tiros de escopeta, sem nenhuma chance de reação ou defesa. O invasor entra e mata todos sem falar nada, apenas agindo. A cena é filmada sem câmeras lentas, sem trilha sonora, somente os gritos, a correria e os tiros. Bastante verossímil e assustadora.

A parte técnica como um todo é impecável. A parte da chacina é disparada a melhor de todas, mas várias seqüências tiram o fôlego, como a cena em que Lucie se tranca no banheiro. A atuação das duas protagonistas é digna de destaque. No que diz respeito ao terror, vários sustos e tonéis de sangue garantem essa parte, mesmo que o forte seja a história. Idem para o suspense, a trama prende, não perde ritmo e sentindo em nenhum momento, fazendo com que olhos fiquem bem abertos até à hora dos créditos. Direção muito boa de Pascal (que também escreveu o roteiro), não é a toa que foi de mala e cuia para Hollywood dirigir um remake de ‘Hellraiser’ e muito provavelmente obtenha êxito em sua nova empreitada.

Mas é entre o segundo e derradeiro ato que é o clímax se estabelece, onde o filme realmente surpreende. A trama se inverte toda. As questões, que vem sendo respondidas em pouco a pouco, propiciam uma reviravolta radical na história. Se no começo do filme cabia somente especular sobre certos acontecimentos, agora eles são devidamente e totalmente esclarecidos. Essa reviravolta faz com que o espectador entre no filme, participe de todo o sofrimento e caminhe junto com a personagem no espinhoso castigo que lhe infligem. As torturas físicas e psicológicas incomodam de verdade, é desesperançoso e duro de assistir. Fazer com que o espectador também passe pelo martírio é uma jogada inteligente do diretor. A execução da seqüência também ajuda pra isso, vários fade-out dando aquela ansiedade, os closes, o ambiente escuro e sufocante. Enfim, é como se tivessem torturando, agredindo e passando por cima de você.


O final instigante fecha ‘Martyrs’ de forma interessantíssima. A sensação é estranha, o martírio terminou e você ainda sente o baque, fica paralisado enquanto os letreiros finais descem. Falar sobre ele sem revelar certos pontos é meio complicado, mas não falar sobre ele é mais difícil ainda. Um terror de primeira, muito acima dos exemplares lançados recentemente no mercado. Pra quem é fã do gênero não assisti-lo deveria ser passível de punição. Mesmo sendo um terror fala muito sobre sacrifício, fé e ,principalmente, redenção. É uma experiência daquelas que nos fazem agradecer o cinema por existir.

*Postado originalmente no Cinefilia.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

R.I.P. - David Carradine


1936 - 2009

"I didn't say I was going to explain myself. I said I was going to tell you the truth. But if that's too cryptic, let's get literal. I'm a killer. A murdering bastard, you know that. And there are consequences to breaking the heart of a murdering bastard."

Bill em "Kill Bill - Volume 2".

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Conscientize-se

Estou postando um vídeo interessante e criativo feito pela estudante de jornalismo da PUC-RS Bruna Filippozzi. É sempre bom lembrar a questão do desperdício de alimentos. Segundo o IBGE, o prejuízo causado pelo problema é de aproximadamente 12 bilhões de reais, cerca de 39 milhões de toneladas diárias de comida são jogadas fora. É muita coisa para um país onde 40 milhões de pessoas passam fome.

Não custa nada tentar e mudar certos hábitos. Se cada um fizer a sua parte todos saíremos ganhando.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Cannes 2009 - Vencedores


PALMA DE OURO
"Das Weisse Band", de Michael Haneke

Grande Prêmio do Júri
"Un Prophète", de Jacques Audiard

Prêmio do Júri
"Fish Tank" e "Bakjwi", de Andrea Arnold e de Park Chan-Wook

Prêmio de direção
Brillante Mendoza ("Kinatay")

Prêmio de roteiro
"Spring Fever", de Lou Ye

Prêmio de melhor atriz
Charlotte Gainsbourg ("Anticristo")

Prêmio de melhor ator
Christoph Waltz ("Bastardos Inglórios")

Palma de Ouro de curta metragem
"Arena", de João Salaviza

Menção especial na seleção de curtas
"The six dolar fifty man", de Mark Albiston e Louis Sutherland

Prêmio Câmera de Ouro, para diretor estreante
Warwick Thornton ("Samson and Delilah")

Menção especial do prêmio Câmera de Ouro
"Ajami", de Scandar Copti e Yaron Shani

Prêmio especial do júri pelo conjunto da carreira
Alan Resnais

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pequena Parada

Faculdade nova, provas, trabalhos, estudos, entrevistas, jogos do time mais guerreiro do mundo na Libertadores, filmes, textos, circuitos de cinema... tá complicado. Queria pedir desculpas aos amigos blogueiros e leitores do CN pelas espaçadas postagens e por não visitar os demais blogs nesses últimos dias. Até o dia 13 pretendo reorganizar meu tempo e estudos, até lá o blog continuará meio abandonado. Obrigado pela compreensão, dale Grêmio, um forte abraço a todos e até mais.