, Michael Mann, 1995, 170 min.
“
- Sabe, estamos aqui sentados, como dois sujeitos normais. Você faz o que faz, faço o que tenho de fazer. Agora que estivemos cara a cara, se eu precisar prende-lo, não vou gostar. Mas lhe digo uma coisa, se for escolher entre você e um coitado cuja esposa se tornará uma viúva, irmão, você vai pro saco.- Há o outro lado nesse jogo. E se você me prender e eu tiver de matar você? Porque não importa o que seja, você não atrapalhará meu caminho. Estivemos cara a cara, sim. Mas não vou hesitar, nem por um segundo.”
A cidade de Los Angeles serve de palco para a guerra entre Vincent Hanna, tenente do departamento de Polícia, e Neil McCauley, um experiente e gabaritado ladrão. Até aí tudo bem simples, é a trama de mais um filme de bandido e mocinho. Seria. Seria mais um, se Al Pacino e Robert De Niro não encabeçassem um grande elenco e não tivesse a mão de Michael Mann na direção de
Fogo Contra Fogo, espetacular filme de ação/policial da década de 90.
“Não assuma compromisso com nada que não possa
largar em 30 segundos se a coisa sujar na esquina.” Começando pelo elenco, recheado de grandes nomes como Val Kilmer, Ashley Judd, Tom Sizemore, Diane Venora, Dennis Haysbert (pode ser visto em
The Unit), William Fichtner (do seriado
Prision Break), Natalie Portman logo após emplacar
O Profissional, e Jon Voight. Todos esses nomes liderados por Pacino e De Niro. Claro que o foco é na guerra e nos dramas pessoais dos protagonistas, mas cada personagem tem sua história bem desenvolvida e esclarecida, como a problemática enteada de Pacino, o vício e a crise conjugal do personagem do Val Kilmer, a dificuldade de um ex-presidiário voltar à sociedade como no personagem do Haysbert.
“Preciso preservar toda minha angústia! Eu a preservo porque preciso dela.
Ela me deixa afiado, no ponto, onde eu preciso estar.” A direção de Michael Mann é muito segura, proporcionando belíssimas cenas, no geral com planos bem abertos e distantes. Além disso, considero a cena do tiroteio a melhor que existe em filmes policiais, pelos seguintes motivos: ela é praticamente em tempo real (se calcularmos o tempo, vai dar muito próximo do real), sem slowdowns ou cenas em câmera lenta (somente uma no final da seqüência, mas irrelevante) e sem trilha sonora no fundo, é só o barulho dos tiros e da correria. Simplesmente genial. Frases e diálogos de impacto são abundantes também, como de exemplo o diálogo entre Al Pacino e Robert De Niro que inicia o post.
Um clássico dos anos 90 e uma das maiores obras de ação/policial já criadas. Um elenco monstruoso liderado por dois dos maiores atores de todos os tempos, se não os dois melhores, com um diretor extremamente competente. Tudo funciona de forma harmoniosa, equilibrada, mantendo a tensão e ação.
Fogo Contra Fogo é 5 estrelas, sem a menor sombra de dúvida.