terça-feira, 3 de janeiro de 2006

O Guia do Mochileiro das Galáxias

Duração: 110 minutos.
Ano de Lançamento(EUA): 2005
Direção: Garth Jennings


Arthur acorda com o barulho de máquinas ao redor da sua casa. A prefeitura quer destruí-la para construir uma rodovia no seu lugar. Seu melhor amigo, Ford, chega e diz que lhes restam pouco mais de 10 minutos para saírem do planeta, que será destruído pela raça alienígena Vogon para dar luga a uma via interespacial, além dele mesmo se revelar um alienígena. É mais ou menos assim que começa o Guia do mochileiro das Galáxias, filme baseado na obra de Douglas Adams.

O filme segue com os dois amigos num bar, degustando suas últimas cervejas, onde Arthur, interpretado por Martin Freeman, conta pra Ford (Mos Def) que conheceu uma garota numa festa na noite passada, Tricia (Zooey Deschanel), e estava apaixonado por ela. Pórem, ela fugiu com um cara chamado Zaphod, quebrando o coração de Arthur. Mas ambos precisavam sair dali, pois faltavam poucos minutos para a destruição da terra. Os dois conseguiram uma carona numa nave cargueira Vogon, e assistem a terra ser destruída, mas a preocupação agora é com os Vogons, que não gostam de dar carona, principalmente para mochileiros. Após serem descobertos e agüentarem a pior tortura dos alienígenas que é a leitura de suas poesias, são postos pra fora da nave, mas são resgatados por outra nave, a Coração de Ouro, tripulada pelo imbecil presidente da galáxia Zaphod Beeblebrox, muito bem caracterizado por Sam Rockwell, Tricia, a garota da festa que agora se chama Trillian, e Marv, um andróide maníaco-depressivo com a cabeça do tamanho de uma melancia.

A série O mochileiro das galáxias é muito famosa no meio literário, tendo como principal característica seu humor debochado e ácido. Confesso que comecei a ler depois que vi o filme, mas as gargalhadas seguem iguais. Gostaria de colocar uma pequena amostra do O Restaurante no fim do universo, segundo livro da série, pra demonstrar o tipo de humor e o clima do filme: “era um duplo par de Óculos Escuros Supercromáticos Sensipericulosidade Joo Janta 200, que tinham sido especialmente desenvolvidos para ajudar as pessoas a manterem uma atitude tranqüila ante ao perigo. Ao primeiro sinal de problemas, as lentes ficam totalmente pretas, evitando assim que a pessoa visse qualquer coisa que pudesse deixá-la tensa”. Sim, é muito parecido com o Monty Phyton, que dispensa apresentações.

E para os fãs de Monty Phyton, é praticamente impossível não gostar desse filme. São tantas as cenas hilárias, como a que o Pensador Profundo dá a resposta para o sentido da vida e da existência do universo (que é 42...), Marv com sua contagiante depressão, o sistema da Coração que foi programado para ser extremamente simpático, Ford espantando os vogons com uma toalha (corram, ele tem uma toalha!) e por aí vai. Tem algumas falhas no roteiro (a cena da baleia caindo no céu) e no início você demora pra se situar no filme, mas se tratando de uma comédia que beira o surrealismo, essas falhas não importam tanto. Os efeitos especiais foram bem feitos, sem erros gritantes. Também há uma pequena participação de John Malkovic.

Fazia tempo que não saia uma comédia legal como essa, afinal é a época de filmes medíocres e esdrúxulos como American Pie. E se tratando de comédias os ingleses são muito bons. Filmes como esse e Cálice Sagrado são artigos essenciais numa videoteca. Ah, e antes que me esqueça, o Guia do Mochileiro das Galáxias, que Arthur carrega durante o filme é o livro mais vendido no universo (é como a enciclopédia geral sobre o cosmos) e um dos motivos do sucesso é ter escrito na capa em letras garrafais a frase: NÃO ENTRE EM PÂNICO.

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