Título Original: Silent Hill
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Tempo de Duração: 127 minutos
Direção: Christophe Gans
Silent Hill é uma cidade que foi destruída por um incêndio ocorrido nas minas de carvão no subsolo. Sharon, filha de Rose (Radha Mitchell) e Christopher (Sean Bean), é sonâmbula, e durante seus passeios menciona várias vezes o nome da cidade, além de agir de modo estranho, até que a mãe resolve levar a menina para a cidade a fim de desvendar qual é o elo entre Sharon e a tal cidade.
Primeiramente vou esclarecer alguns aspectos do jogo. Diferente de Resident Evil (quebra-cabeças e tiros em zumbis), Silent Hill também é do gênero survival-horror, porém de cunho mais psicológico, que realmente mete medo no jogador. A cidade-fantasma, coberta por uma eterna névoa, muda de dimensão após o toque de uma sirene, como se mudasse do purgatório para o inferno, literalmente. Talvez seja um dos pouquíssimos games onde o jogador pensa duas vezes antes de jogá-lo à noite. Silent Hill já teve quatro edições, sendo a última uma história à parte, sem conexões com as demais, mas tão assustador quanto. É tão grande sua importância que Christophe Gans levou 5 anos para conseguir os direitos autorais do jogo junto a Konami, produtora da série. Além disso, ele mencionou em várias entrevistas ter jogado a série, que tinha um enorme respeito por ela e não queria ferrar com tudo que foi alcançado com o jogo. Imagino se o diretor de Resident Evil chegou a jogar todos os games da série…
Quanto ao filme, os destaques são a fotografia e a trilha sonora. O grande mérito do diretor foi conseguir êxito em transpor o universo visual do jogo na telona. Efeitos como a névoa e a dimensão macabra ficaram perfeitas, com grande destaque para a segunda. Imagine se o ambiente onde você está começasse a deteriorar, ficando com um aspecto orgânico, de carne e sangue, corpos e escuridão pra todos os lados, monstros totalmente deformados com choro de criança aparecessem do nada ao seu redor, como num terrível pesadelo, extremamente angustiante. Essa é a impressão que fica. Já a trilha sonora, assim como os efeitos sonoros, ficaram excelentes, incluindo na abertura o tema do primeiro jogo. Tem até a música Rings of Fire, de Johnny Cash, uma pequena brincadeira do diretor.
Os problemas aparecem no roteiro. Começa com a história, que mesmo com as explicações no final fica muito confusa. Não conheço toda a história dos games, mas me parece que o roteiro fugiu um pouco do jogo. Roger Avary, que trabalhou em Pulp Fiction, fez diálogos muito pobres. Outra coisa negativa foi à forçada entrada de Sean Bean no projeto, exigida pela produtora do filme. Negativa não pela sua qualidade (ótimo ator), mas ele fica perdido, tanto que se seu personagem fosse excluído não alteraria em nada na trama. A estrutura ficou como num jogo mesmo: Rose segue pistas de quem supostamente seria Sharon, levando alguns itens consigo. A impressão que fica é que a primeira metade do filme ficou fenomenal, fiel ao jogo, porém na metade final a história ficou forçada, com muitas seqüências sanguinolentas desnecessárias.
Mesmo assim, com falhas no roteiro, Christophe Gans fez a primeira adaptação baseada em um game com valor cinematográfico, totalmente diferente de lixos como Street Fighter, Doom e Resident Evil (cujo game possui uma belíssima e envolvente história) e outras mais que nem merecem serem citadas. Obviamente que leva em conta o lado comercial, mas mantém a dignidade e permanece fiel ao jogo, e isso conta muito para quem respeita e leva a sério o entretenimento eletrônico, como este que vos fala, e é por isso que ele merece 4 estrelas. A partir de agora, Hollywood e outros mercados verão o lucrativo, interessante e inovador mundo dos games com outra visão, tanto que vários jogos já estão com projetos engatilhados para a telona (destaque para o melhor jogo de todos os tempos: Metal Gear Solid). Vida longa aos games, e ao cinema!
Ano de Lançamento (EUA): 2006
Tempo de Duração: 127 minutos
Direção: Christophe Gans
Silent Hill é uma cidade que foi destruída por um incêndio ocorrido nas minas de carvão no subsolo. Sharon, filha de Rose (Radha Mitchell) e Christopher (Sean Bean), é sonâmbula, e durante seus passeios menciona várias vezes o nome da cidade, além de agir de modo estranho, até que a mãe resolve levar a menina para a cidade a fim de desvendar qual é o elo entre Sharon e a tal cidade.
Primeiramente vou esclarecer alguns aspectos do jogo. Diferente de Resident Evil (quebra-cabeças e tiros em zumbis), Silent Hill também é do gênero survival-horror, porém de cunho mais psicológico, que realmente mete medo no jogador. A cidade-fantasma, coberta por uma eterna névoa, muda de dimensão após o toque de uma sirene, como se mudasse do purgatório para o inferno, literalmente. Talvez seja um dos pouquíssimos games onde o jogador pensa duas vezes antes de jogá-lo à noite. Silent Hill já teve quatro edições, sendo a última uma história à parte, sem conexões com as demais, mas tão assustador quanto. É tão grande sua importância que Christophe Gans levou 5 anos para conseguir os direitos autorais do jogo junto a Konami, produtora da série. Além disso, ele mencionou em várias entrevistas ter jogado a série, que tinha um enorme respeito por ela e não queria ferrar com tudo que foi alcançado com o jogo. Imagino se o diretor de Resident Evil chegou a jogar todos os games da série…
Quanto ao filme, os destaques são a fotografia e a trilha sonora. O grande mérito do diretor foi conseguir êxito em transpor o universo visual do jogo na telona. Efeitos como a névoa e a dimensão macabra ficaram perfeitas, com grande destaque para a segunda. Imagine se o ambiente onde você está começasse a deteriorar, ficando com um aspecto orgânico, de carne e sangue, corpos e escuridão pra todos os lados, monstros totalmente deformados com choro de criança aparecessem do nada ao seu redor, como num terrível pesadelo, extremamente angustiante. Essa é a impressão que fica. Já a trilha sonora, assim como os efeitos sonoros, ficaram excelentes, incluindo na abertura o tema do primeiro jogo. Tem até a música Rings of Fire, de Johnny Cash, uma pequena brincadeira do diretor.
Os problemas aparecem no roteiro. Começa com a história, que mesmo com as explicações no final fica muito confusa. Não conheço toda a história dos games, mas me parece que o roteiro fugiu um pouco do jogo. Roger Avary, que trabalhou em Pulp Fiction, fez diálogos muito pobres. Outra coisa negativa foi à forçada entrada de Sean Bean no projeto, exigida pela produtora do filme. Negativa não pela sua qualidade (ótimo ator), mas ele fica perdido, tanto que se seu personagem fosse excluído não alteraria em nada na trama. A estrutura ficou como num jogo mesmo: Rose segue pistas de quem supostamente seria Sharon, levando alguns itens consigo. A impressão que fica é que a primeira metade do filme ficou fenomenal, fiel ao jogo, porém na metade final a história ficou forçada, com muitas seqüências sanguinolentas desnecessárias.
Mesmo assim, com falhas no roteiro, Christophe Gans fez a primeira adaptação baseada em um game com valor cinematográfico, totalmente diferente de lixos como Street Fighter, Doom e Resident Evil (cujo game possui uma belíssima e envolvente história) e outras mais que nem merecem serem citadas. Obviamente que leva em conta o lado comercial, mas mantém a dignidade e permanece fiel ao jogo, e isso conta muito para quem respeita e leva a sério o entretenimento eletrônico, como este que vos fala, e é por isso que ele merece 4 estrelas. A partir de agora, Hollywood e outros mercados verão o lucrativo, interessante e inovador mundo dos games com outra visão, tanto que vários jogos já estão com projetos engatilhados para a telona (destaque para o melhor jogo de todos os tempos: Metal Gear Solid). Vida longa aos games, e ao cinema!