sábado, 3 de junho de 2006

Final Fantasy VII: Advent Children

Direção: Tetsuya Nomura e Takeshi Nozue
Ano de lançamento (JAP): 2004
Duração: 101 min.


Baseado numa das franquias mais conhecida e lucrativa do mundo dos jogos eletrônicos, Final Fantasy foi lançado em 2001 e ficou no limbo dos filmes esquecidos. Teve um trabalho gráfico primoroso, mas falha em vários outros aspectos, principalmente no roteiro. Talvez o fato mais contundente para o esquecimento do filme foi se afastar da história do game, criado para Playstation e outros consoles. Pensando nisso, ou não, a Square-Enix fez uma nova investida nas telonas, dessa vez restrita á sétima edição, a mais famosa da série. Daí a explicação para o título.

Advent Children começa dois anos após o término do jogo, então farei um breve resumo desse. A Shinra Inc., uma poderosa companhia, está acabando com o planeta devido as suas explorações. O lendário guerreiro da força de elite SOLDIER, Sephiroth, descobre ser uma experiência genética, e decide acabar com a terra invocando um meteoro. Porém, Cloud, um ex-SOLDIER, e seus companheiros impedem o apocalíptico meteoro, sepultando Sephiroth após várias batalhas. Aí começa a história do filme. O mundo é assolado com o Geostigma, doença contagiosa que afeta principalmente as crianças. Cloud e Tifa montam a Strife Delivery, junto com um orfanato, e ele viaja fazendo entregas em vários lugares. Tudo estava tranqüilo até aparecer os vilões Kadaj, Yazoo e Loz, que dizem ser irmãos de Cloud e querem ressuscitar Sephiroth, mas para isso eles precisam das células de Jenova (ancestral alienígena de onde se originou Sephiroth).


Novamente, a primazia gráfica da Square foi o destaque. Os personagens não ficaram tão realistas como no outro filme, porém seus movimentos são mais realistas. Elementos naturais, como a água por exemplo, estão muito bem reproduzidos, assim como a iluminação, se é que podemos chamar de iluminação, como na cena da floresta. Outro ponto forte são as seqüências de ação, que alias são numerosas, pois estão bem coreografadas e numa velocidade incrível, com destaque para a luta contra Bahamut, um dragão gigante, e para perseguição de motos em um túnel. Portanto esqueça as leis da física e aproveite.

O grande erro do filme ficou no roteiro. A trama já é meio complicada por se tratar de um complexo jogo de videogame, e isso não foi simplificado. É praticamente impossível entendê-lo sem saber da história ou sem ter jogado. Prova disso é a explicação para a personagem que aparece no final, importantíssima para compreensão total do enredo, mas as respostas estão apenas no game. Outro exemplo são os amigos de Cloud, que surgem do nada no meio do filme, evidente que para ajudá-lo, mas sem maiores explicações.

Talvez Advent Children tenha sido parte de uma estratégia da produtora para aprovar um remake para o novo console da Sony, Plasytation 3, tendo como público alvo os jogadores da série, o que é um lamentável erro de marketing. Pessoalmente gostei dele, pois já sou veterano nos games da serié, porém é uma pena que seja apenas um entretenimento, uma bela película para os olhos, mas que deixa o telespectador leigo, aquele que desconhece maiores detalhes, perdido no enredo. É um deleite visual, mas peca em não fornecer mais que isso, não possui nada de extraordinário. Bonito, nada mais.